O óbvio improvável
O Flamengo é o único caso no planeta onde todo mundo sabe que é óbvio um comportamento desde que ele não não seja o mais provável.
Explico.
Ao viajar pro Equador era certo o favoritismo. O bom rubro-negro sabia: “vai dar merda”.
Ao perder por 2×0 lá, perder Diego e não ter Arrascaeta e Everton 100% a óbvia eliminação precoce da Libertadores causada por favoritismo agudo se tornaria, portanto, uma óbvia virada “contra tudo e todos” com final épico no Maracanã.
Precisava fazer 2. Era difícil. Tão difícil que fariam. E em 20 minutos, porque é óbvio que seria difícil. E portanto, o fizeram.
Agora faltam 70 pra fazer só mais um. É provável que saia.
Óbvio que não saiu.
Diego Alves foi vaiado outro dia. Adivinha quem vai ser o herói nos pênaltis?
Óbvio. De tão improvável.
O Flamengo virou hoje porque “virou” o improvável”. Fosse o time completo, com 1×1 lá, teria sido eliminado.
Duvida? Olha a postura do time buscando o 2×0 e o mesmo time segurando o 2×0. O Flamengo respira desafio, tem pavor de ter obrigação e verdadeira fobia de favoritismo.
“Isso é Flamengo”.
Pode comprar, ficar rico, tanto faz. Flamenguista não tem vocação pra assistir títulos. Ou ele os conquista junto, ou nem valeu a pena.
E pra que ele faça parte é preciso motivo pra empurrar mais do que pra cobrar.
Se o clube as vezes vai na contra-mão da sua vocação, a vida corrige. Hoje, completo, tendo empatado lá, o Flamengo teria perdido o jogo.
Como eu sei?
Você também sabe. Todo mundo sabe.
Era óbvio. De tão improvável.
RicaPerrone