“Ela” merece
Essa semana em algum momento navegando pelo twitter li um flamenguista postar a escalação e dizer “nem no meu sonho mais otimista imaginei ter um time desses”. Isso antes de fazer 2×0 no Inter e se aproximar de uma semifinal de Libertadores.
O rubro-negro vive entre dois cenários distantes e curiosos. O sonho de ter um time muito bom, a expectativa do que obviamente pode estar por vir e o pânico disso tudo se tornar uma frustração sem precedentes.
O título desejado e cobiçado é também fator de alívio. Como se o Flamengo precisasse de um para poder seguir em paz e colher os demais que tem plantado.
A vitória contra o Ceará é normal. Tudo planejado. O gol no final é arrebatador. Aquele momento em que o torcedor pararia o mundo se pudesse e ficaria vivendo ali por meses.
Bem na Libertadores, um timaço, jogando bem, ganhando bem, virando líder do Brasileirão e tendo seu maior prazer. “Ve-lo brilhar”… Na terra, no caso.
Hoje o rubro-negro dorme sem nem saber do que reclamar.
O Flamengo é um ex-bêbado que virou evangélico.
O rubro-negro é a mulher do bêbado que aguentou uma vida dele chegando tarde, pisando no cachorro, derrubando vaso, mijando na tampa e dormindo sujo, esperando a sua vez de ser feliz em paz.
Hoje ele chegou de barba feita, sóbrio, com flores nas mãos e dizendo “amor, fui promovido. Vamos jantar com a sua mãe pra comemorar?”.
Não sei se dura, o quanto dura. Mas hoje… “que homem!”.
RicaPerrone