O último da espécie
Acabou. Marcos não é mais jogador de futebol profissional. Da espécie “goleiros” sobram muitos. Da espécie “idolos”, alguns. Da rara e agora extinta espécie “jogador de todas as torcidas”, não sobrou ninguém.
Marcão não é um exemplo de bom sujeito porque este exemplo não existe. Sua melhor descrição não passa por bonzinho, malvado, arrogante, teimoso, falastrão, nada disso.
Marcos sempre foi o Marcos. O que não sabe fazer marketing e acabou fazendo disso, sem querer, seu grande marketing.
Ele fala mais do que pode, mas não porque é folgado, ignorante, irritadinho…. Só porque é um “caipira” que não sabe fazer politica. Mal interpretado as vezes, talvez. Mas pra quem vê, imediata identificação.
Enfim, um ídolo que quer ser gente como nós. E nós, ídolo como ele.
Marcos não fez inimigos mesmo sendo vencedor, o que desmonta aquela tese de que alguém é “mais odiado porque está ganhando”.
Hoje, parou. Na verdade, confirmou o que já estamos vendo há algum tempo.
Mas não importa pois para Marcos não cabem criticas e as que cabiam acabaram hoje.
O futebol não sentirá tanta falta dele como goleiro porque somos brasileiros e não temos tempo de sentir falta de ninguém. Aqui sai um, surge outro.
O ídolo não pára, é eterno.
Mas a figura sim, esta é absolutamente insubstituível.
O ídolo que diz: “errei” e dá risada do erro não existe mais. Agora vai descansar em casa, longe de torcida cobrando, mas também de torcida aplaudindo.
Marcos fez o que todo palmeirense sonhou em fazer na vida e eu não me refiro a título. Me refiro a um lance, e se você é palmeirense não preciso ir além. Se não é, pergunte a um deles o que significaram aqueles 5 segundos há mais de 10 anos.
Marcão cansou do futebol, que jamais se cansaria dele.
Obrigado. Foi uma honra ter visto tudo isso.
abs,
RicaPerrone