Qual o segredo do Fogão?
Qual a fórmula de um campeão? Reforços, base, sequência, estrutura, um pouco de cada? Enfim, já vimos os mais diversos vencedores com as mais diversas receitas. O que não tinhamos visto ainda é a consistência de um “não favorito” sem qualquer investimento anormal ou fenômenos revelados.
O Botafogo não fez um estádio, nem comprou um timaço caro. Não revelou quase ninguém. Nem contratou o Guardiola.
Virou Saf. Ok, o Vasco também virou. E mesmo que isso seja parte fundamental do sucesso, o que de tão impactante em campo ela pode ter feito em tão pouco tempo?
O Scout do Botafogo é fora de série. Acertou a maior parte dos reforços? Até que não. Mas acertou uns 8. Basta.
A base segue sem entregar nada demais, e o time não perde.
O segredo? Não sei. E acho que eles não vão contar. Mas o Botafogo identificou alguma coisa que mudou o clube, ao ponto de não sucumbir a pressão para demitir o treinador que acabou saindo líder de lá.
A única coisa que salta aos olhos é a postura.
O Botafogo mediocre jogava de abadá. Tinha 20 patrocinadores de merda que ao entrar em campo explicava pro adversário: “to fodido”.
Torcida sem fé. Louca, mas pessimista e com motivos.
Dirigentes que viam no seu diamante um cristal quebrado. Até que alguém comprou e viu a jóia. E jóia não é vendida em saco plastico, portanto, tirem esse monte de marca da minha camisa.
Jóia em casa abandonada ou loja vazia custa menos. Preparem a loja, quero impacto quando entrarem aqui.
Troca o piso. Menos tropeços.
E o Botafogo que entrava pra adivinhar que horas daria azar agora entra em campo sabendo que, mesmo num dia ruim, a vitória pode chegar.
Só salário em dia? Duvido. Deve ser uma soma de coisas. Mas o tatu gostou da árvore, fez casa, casou com uma tatu fêmea e já tem um filhote.
Mas tatu não voa. E talvez por isso ele fique na árvore. Ainda que seja alto, os pés estão em galhos e não no ar.
E nada pode ser melhor pro futebol brasileiro do que coroar um trabalho de custos aceitáveis, com marca valorizada, gestão profissional e visão a longo prazo.
Ganhe por nós, Fogão.
RicaPerrone