O palco indiscutível
Quer discutir as cidades sedes, discuta. Quer discutir o Morumbi ou uma nova Arena, discuta. Quer discutir se vale a pena uma Copa, discuta. Só não discuta o palco da decisão, porque este não cabe qualquer dúvida.
O futebol brasileiro tem um encontro marcado com o passado. Ele não tem dia e hora ainda, mas o local não pode ser diferente. A final da Copa de 2014 só pode ser no Maracanã.
Não diz respeito a cidade, nem a um clube. Diz respeito ao marco zero da história vencedora do futebol brasileiro. Tudo começou com uma dor que não consigo imaginar, nem você, jovem internauta que só deve ter visto as fotos do jogo.
Não sabemos o que é uma copa em nosso país, 200 mil pessoas e uma derrota improvavel diante de todas elas. Isso numa era onde a gente torcia, nào analisava e enchia o saco o tempo todo. Lembra?
Era o tempo que o atacante fazia o gol, não que o golaço remetia a: “Quem falhou!?”.
O dia mais dolorido da história do futebol brasileiro teve data e local. A volta, 64 anos depois, tem que ser no mesmo lugar.
O futebol remete ao Brasil. O Brasil remete ao Maracanã. Não tem jeito, é o nosso cartão postal.
O futebol é o nosso maior cartão de visitas. O Maracanã é o berço maior de tudo isso, seja por uma grande derrota, pelo milésimo gol ou pelos grandes times cariocas de tempos atrás.
Tem que ser lá!
Pode não ser o Uruguai. Tudo bem, nem deve ser.
Mas o futebol nos deve essa Copa dentro do nosso maior e mais importante palco.
Aquela dor e aquele silencio precisam ser espantados dali de uma vez por todas. E só um titulo mundial da seleção brasileira pode fazer isso.
2014 é nossa chance, talvez a única nos próximos 50 anos.
Nós não temos a dimensão daquela derrota. Somos jovens, não vimos o vídeo do jogo, nào estivemos lá, a mídia não era 5% do que é hoje na época. Mas nossos avós ou pais devem se lembrar. E quando eles contam, eu me arrepio de imaginar aquele silencio de 200 mil pessoas.
O silencio mais alto do mundo, dizem.
Que será calado em julho de 2014, quando 100 mil pessoas berrarem de alegria ao apito final do juiz.
Não tirem essa chance da nossa história.
abs,
RicaPerrone