Sem bola

Não somos um fiasco

O conceito de que não somos o que poderíamos ser é real. Mas o conceito de sermos um fracasso olímpico é um equívoco tremendo.

Como bem disse o Leifert num corte que vi por aí, comparar o Brasil com Japão, EUA e Canadá é de uma burrice considerável. Não temos nada a ver com eles. São países que funcionam, onde o crime é crime, onde as pessoas tem educação e o mínimo do senso do inaceitável. Óbvio que estarão na nossa frente em quase tudo que fizerem.

São 32 esportes. Alguns distribuem medalhas a rodo, outros apenas 3. De modo que o quadro de medalhas diz muito mais sobre quem vai bem em determinados esportes do que quem tem possibilidade na maioria deles.

Não somos um país forte em Basquete e Handbol. Porque a gente espera que tenhamos medalhas nisso? Ah mas vamos montar um time forte! Que time forte? Seleção representa o que há daquele esporte no país. Os EUA não ganham no futebol porque não jogam. E porque achamos que vamos ganhar no atletismo se não praticamos?

Nós temos protagonistas na Ginástica, natação, volei, futebol, boxe, judô, alguns no atletismo, remo, vela, alem de outros sustos que levamos com um brasileiro fora da curva em algum esporte que não conhecemos tanto. E isso é mais do que a média.

Somos o país numero 89 no mundo em IDH. Somos o décimo terceiro país com mais medalhas olímpicas. Estamos disparado na frente dos concorrentes do nosso continente que, gostem ou não, é o nosso nível de comparação.

O projeto olímpico não pode ser sempre a farsa em busca de resultados pontuais. Projeto olímpico tem os EUA quando forma atletas em universidades e os que não vingam se formam. Aqui o esporte exclui o cara da escola pra se matar por um dinheiro pra viver. E há quem diga que esse modelo americano imperialista malvadão é ruim. Bom é o bolsa atleta.

Não adianta nada ter uma seleção feminina de futebol campeã se o futebol feminino no país for ruim. Você só camuflou um fracasso com 11 jogadoras. Não adianta ter um time de basquete se não jogamos basquete. E menos ainda adianta pedir apoio a esporte olímpico e não transmiti-lo ou esconder o patrocinador do atleta.

Nossa base de comparação é equivocada. Somos um país de analfabetos, com um dos QIs médios mais baixos do planeta, cheio de corrupção, malandragem, candidatos de dar pena em cada eleição e esperamos uma potência olímpica? Como? Qual sentido faz passar fome e esperar números expressivos?

São 15, 20 medalhas. Mas são mais medalhas que Espanha, Belgica, Suiça, Grécia, etc. Os nossos vizinhos tem 2, como Chile e Argentina. Nossa comparação é essa.

Basta parar de acreditar que um país que acha normal todos os absurdos que achamos vai entregar qualquer resultado em qualquer setor semelhante ao de paises de primeiro mundo.

Ou estaremos acreditando em mais um absurdo, o que também não seria, aqui, no caso… um absurdo.

RicaPerrone

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