O torcedor do Grêmio é, hoje, um homem casado querendo fazer merda. 

Ele sofre antes de fazer, quer fazer, pensa em fazer, mas não consegue. E se conseguir vai demorar menos de 1 semana pra ver a merda que fez e voltar chorando para os pés “dela”. 

Ele sofre porque não aceita desejar outra. E sofre mais ainda por não se livrar do amor que tem pela sua. 

Ele queria tudo, mas a vida não permite. Fidelidade é uma palavra forte, mas lealdade nem tanto. 

Toda vez que o gremista para e pensa com a razão ele não encontra motivos para trocar de esposa. Mas no mesmo dia ela deixa uma toalha molhada na cama e ele já cria uma nova narrativa para, quem sabe, se conformar e ter razão em larga-la. 

O que já disse aos amigos que quer deixa-la tem que bancar. E mesmo que ela faça o café e leve na cama ele não pode mais dar o braço a torcer e reconhecer que, queira ou não, ela é a mulher da sua vida.

O que disse que nunca largaria também tem repulsa em encontrar motivos. Ela é perfeita e ponto final. 

Dois tipos tolos, mas que dividem o mesmo problema: amar a esposa. 

Se ela é boa, bonita, inteligente, tão sua, dedicada, educada, aceita pela sua família e lhe trouxe tanta alegria, porque abandona-la? 

Ah mas a outra parece mais gostosa! 

Calma, ela pode ser só mais novinha. Não se empolga, você não tem mais idade pra isso. 

Aceite seu drama. É normal não querer amar tanto alguém que te prende e mais ainda entender que sem ela você vive pior. 

Renato é sua mulher, gremista.  Casamento sério, família constituída, com idas e vindas, brigas e abraços, mas no final ainda é a mulher da sua vida. 

Hoje, amor. Amanhã, aquele “oi sumida” pro contatinho no insta. Não se culpe, eu te entendo. Todos te entendem. 

É foda ser o diferente. Mas entre um bando de mal amado que tem todas e nenhuma, é tão ruim assim ser o mais bem casado da turma? 

Renato é o Grêmio. E o gremista odeia amar o Renato. Mas ama. E muito.

RicaPerrone