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Futebol é resultado

A expectativa era grande. Dois times de camisa pesada se enfrentariam hoje no Beira-Rio valendo vaga na final da Libertadores. Foram 2 meses falando e esperando o tal “grande jogo”. Mas, para surpresa de todos, apenas um apareceu pra jogar.

Assim, num belíssimo treino de ataque x defesa, o Inter consegue vantagem sobre o São Paulo rumo a decisão. Resolvido? Não, claro que não. Mas bem que merecia estar.

No futebol existem pesos e medidas pra tudo. O mais prático deles diz que se você ganhar, é ótimo. Se perder, é horrível.

Se Ricardo Oliveira marcasse aos 47 do segundo tempo, o SPFC teria sido valente em Porto Alegre. Como não fez, foi covarde.

Se o Giuliano não faz, o Inter não teria sido objetivo, e o SPFC, por sua vez, perfeito na marcação.

Como ali na Vila, onde o Neymar fez o mesmo que o genial Louco Abreu e virou palhaço. Se entra, é Deus. Se não entra, ridículo.

O futebol é covarde com seus protagonistas.

Mas, sabendo que assim será, muitos se dão o direito de ignorar a camisa que vestem e buscar apenas o resultado. Isso cabe, de vez em quando.

Quando é rotina irrita. Quando parte de um time grande beira o absurdo.

Há 4 anos o São Paulo entra em campo pra ganhar. Hoje, entra pra “não perder”.

E hoje, no Beira-Rio, graças a Deus, perdeu. Porque se tivesse acontecido qualquer outro resultado que não a vitória do Colorado o futebol teria sofrido uma agressão.

Não porque o Inter tenha tido uma atuação de gala. E nem era possível, pois ele se preparou para encarar um gigante e encarou um nanico. Brasil x Coréia do Norte, sabe?

Covardia suprema de uma camisa que não permite tal postura. Sem agredir, sem buscar, sem ousar, sem representar o clube.

O São Paulo escreveu uma das páginas mais covardes de sua história nesta noite, quando foi pra campo visando “perder de pouco”. Mediocre, absurdo, inaceitável.

Não, eu não me espanto. Espanta-se aquele que passou os últimos anos lendo jornal e achando que aquele festival de 1×0 era suficiente para um clube tão grande. A mim não espanta. A diferença deste SP para o do Muricy é que a bola parada entrava, só.

O Colorado foi digno de suas cores. Correu, criou, tentou, foi pra cima e merecia sim sair de lá com mais de 1×0. Bem mais, até.

Jogo resolvido? De forma alguma. O SPFC é gigante, pode reverter e ficar com a vaga. Assim como o Inter pode vir ao Morumbi e confirmar, por ser tão gigante quanto.

O problema é, de novo, a postura.

E hoje, após alguns anos, diversos tricolores notam o que eu venho dizendo, perdendo a razão por um gol de bola parada.

Futebol não é isso. E se existem 12 clubes do país que não podem jogar desta forma, o SPFC é um deles.

Lamentável.

Parabéns ao Inter, único grande clube que foi ao Beira-Rio para o clássico desta noite.

Clássico de um time só.

abs,
RicaPerrone

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