Mais raro do que um campeão brilhante tem sido um campeão ousado. Se você imaginar que um time conquista um grande título jogando um grande futebol e sendo ofensivo o tempo todo, chega a ser estranho no futebol moderno.
Estranho pra muitos, não pro Santos, clube que não guarda em sua história títulos achados ou contestáveis. Quando vence, historicamente, é dando show de bola. Isso se chama tradição.
Mais do que ser antigo, mais do que ser famoso. Tradição é aquilo que você criou, aquela imagem que construiu e todo seu passado que diz quem você é.
O passado diz que o Santos é um dos clubes que mais joga futebol no planeta. Nem preciso justificar, acho.
E é muito bonito quando você vê um time conquistar títulos recentes respeitando as características históricas e tradicionais de seu clube.
O Peixe ficou na fila, mas quando saiu, saiu brilhando. Entre a raça e a técnica, sempre foi um time caracterizado pela técnica. E desta vez, na Copa do Brasil que muitos desvalorizam por não conseguir ganhar, repete a dose.
Futebol alegre, pra frente, sem covardia. Futebol de moleque, a cara de seu elenco.
Ganha, perde, joga mal as vezes, como é o futebol. Não pode ser diferente, não existe time que jogue todas bem, nem todas mal. O que se deve exaltar é a postura de modo geral, e essa do Peixe 2010 é indiscutível. É um tapa na cara dos pragmáticos que andam acabando com a alegria de curtir futebol pelo Brasil e pelo mundo.
Viva Robinho, viva Neymar, viva Ganso, viva Dorival, viva Arouca e viva o Santos!
Como eu digo, a alma do futebol brasileiro veste branco e joga na Vila Belmiro. Assim foi, assim voltou a ser.
Parabéns! Título brilhante não se ganha, se conquista.
O Santos não “garantiu vaga na Libertadores”. Ele foi campeão de um torneio nacional de alto nível, o segundo mais importante que um clube pode ganhar no país.
Vaga é perspectiva de conquista. O Santos é campeão.
abs,
RicaPerrone