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Viu? É só futebol…

O mundo acabou na quarta.  Para outros tantos, a festa estava só começando. Afinal, o que pode ser melhor do que ver o rival perder e ainda poder “fechar o caixão” no domingo?

“Crise”, “fora esse”,” fora aquele”, “acabou o ano” e outras insanidades foram repetidas desde então.  E, quase como uma lei do futebol, bastam 90 minutos para tudo mudar.

Lá estava o Pacaembu todo de verde. Algo raro, ainda mais quando a parte alvi-negra fica encolhida no Tobogã.

Mosaico, dos mais engraçados e criativos, diga-se de passagem.  Sem ofensas, ameaças e nomes de torcidas. Apenas piadas, o que faz do futebol divertido.

Os medalhões, tão condenados pelo fiasco de quarta-feira, não foram a campo. E aí você pensa: “Ruim com eles, pior sem eles”.

Sim, o time fica mais fraco sem eles. É óbvio, por mais que o placar me desminta e que diversos oportunistas usem o 1×0 pra dizer que o Edno seja melhor que o Ronaldo.

Em momento algum o Corinthians deu um show no Palmeiras ou demonstrou recuperação total pelo que vinha jogando até ontem. Mas venceu, e assim como quarta-feira, é o resultado que determina a avaliação do torcedor.

“Se não vai pelo clamor, vai pelo terror”, eles diziam. Agora é só amor.

Durante 4 dias os corintianos ficaram esperando uma anunciada catastrofe pra hoje. Era perder a Libertadores, aguentar a gozação e ainda perder o clássico.

Mas é futebol. E só futebol.

Sem amor, sem terror, só futebol.

Quis o destino que, em minoria, a fiel torcida tivesse que aplaudir parte dos que ontem foram apedrejados. Quis também que o herói alvi-verde continuasse sua saga de não resolver nada em jogos importantes.

Ronaldo, que resolveu a vida inteira, agora não tem direito a sair na rua.

Kléber, que nunca resolveu nada em nenhum clube que passou, pode ir pro ensaio da escola de samba ser recebido como “único que presta”.

É o futebol.

Sem lógica, sem explicação, sem coerência…

E quem disser que está tudo resolvido estará tão errado quanto aquele que disse, ha 4 dias, que o mundo tinha acabado.

Há mais de 100 anos o futebol pede para que não seja levado tão a sério.

E nós nunca aprendemos.

abs,
RicaPerrone

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