CINEMATOGRÁFICO!
Eu não sei quem foi o matemático maluco que disse que as chances eram de 1%. Seja quem for, ninguém avisou o cara que ele estava falando do Flu, não de um time de futebol.
O que este clube faz desde 2007 é digno de virar filme. E não me refiro apenas a vaga, a forma suada e incrível que foi hoje. Mas sim a essência do futebol, que anda tão apagada e que tem no Flu um legítimo guardião.
Se futebol é paixão, ninguém mexe mais com isso em seu torcedor do que o Fluminense. Ele não ganha, não perde, nem empata. Ele faz história.
Não há resultado impossível, rebaixamento antecipado e nem título garantido. Não há decisão perdida, não há bola perdida e nem crise política capaz de prever o futuro do Fluminense.
Quanto vale uma taça? Você é capaz de dimensionar o peso do torneio.
E quanto vale tudo que o Fluminense causou em você, torcedor, mesmo sem voltar com a taça?
Há anos, alternando técnicos “fanfarrões”, “guerreiros” e “covardes”, ele é protagonista.
O que prova, de uma vez por todas, que nenhum santo caiu do céu pra dar título pro Tricolor. Ele conquistou, não foi um presente dado por uns e outros, como insinuam.
Esta noite EU sonhei com o Telê. Ele não veio sorrir pro futebol de resultado e nem virar garoto propaganda de técnico marketeiro.
Ele não disse nada, nem me colocou como “melhor jornalista do mundo”.
Ele parou, olhou, fez cara de preocupado e subiu de volta.
Foi descansar, porque ele merece.
Afinal, defender o futebol bem jogado diante de uma mídia que cega o torcedor e de um bando de covardes que prefere o emprego do que o trabalho bem feito, é pra deixar qualquer um bem cansado.
Mas hoje a noite algo me diz que ele vai voltar. Não pra mim, mas perto daqui.
Imagino que ele aparecerá no sonho de um sujeito não muito feliz e, gargalhando, dirá: “A bola pune”.
E eu vou dormir pra tentar sonhar com Nelson Rodrigues e, quem sabe, ouvir uma crônica inédita sobre este Fluzão cinematográfico.
Ou algum torcedor do Fluminense é capaz de me mandar “não sonhar” hoje?
abs,
RicaPerrone