Palmeiras

A arena que nasceu “velha”

Fui conhecer. Falavam tanto, pela tv parece tão bonita. Precisava conhecer e tinha que ser em dia de casa cheia, jogo valendo vaga, clima quente.

Já fui a quase todos os novos estádios do país. O que eles tem de moderno tem de frios e sem alma. Esperava o mesmo do Allianz, que já vem até com nome de marca pra impactar a modernidade e… não. Não foi o que vi.

Era o Palestra Itália. Reformado, incrível, assustador pro visitante. Com uma acustica que parece ter 130 mil pessoas lá dentro, mas ainda o Palestra.

Aqueles senhores de gorro, a torcida chata que cobra e no mesmo minuto se policia e volta a empurrar.  O corneteiro, a família, a organizada “dona da rua”, as barracas de pernil, o povo da Pompéia chegando a pé.  Há Palestra Itália no Allianz Parque.

E é uma alegria enorme encontra-lo após ver tudo ser destruído. E aí entra minha experiência pessoal. Eu morei na rua do lado do estádio quando derrubaram o antigo Palestra.  Vi da janela.  Era uma coisa bem dura pra um saudosista como eu.  Ainda mais porque a pessoa que mais amava na vida era meu avô, que morreu, e que era palmeirense.

Ver aquilo cair significava meio que sumir com o último monumento da cidade que me remetia a ele. E então eu fui morar no Rio e não vi ficar pronto. Passei em frente muitas vezes, mas ainda queria ir ver “o jogo”.

Fui pra ver o “novo”, mas o estádio do Vô tava lá ainda.  Sou capaz de jurar que ouvi um “Eeee, Parmera!”  na hora do gol…  Né, Vô?

abs,
RicaPerrone

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