A cara do time sem “o cara”
Quem é o craque que leva este Cruzeiro nas costas? Daqui 10 anos, quando se referir a este time, vai falar do “Cruzeiro de quem”?
Talvez, como da Alemanha de 2014, te falte um ícone pra representar o que é representado exatamente pela coletividade.
Depois de um primeiro tempo ruim, o campo secou, o gol saiu, o Cruzeiro teve um adversário que não estava mais apenas disposto a não perder e tivemos um jogo. Ou melhor, um passeio.
Qual o esquema tático deste Cruzeiro? Você é capaz de desenha-lo com clareza?
Você pode me dar com facilidade e sem “poréns” a posição que joga Everton Ribeiro ou, por exemplo, o Goulart?
Não pode. Simplesmente porque não existem “volantes” mas sim meias. Não tem “atacantes”, “centroavantes”, mas sim um time comprometido em dar opção para quem tem a bola.
É quase um banquete. E ela não pára. De pé em pé, tonteando zagueiros e até certo ponto humilhando adversários que ou perdem de pouco e abrem mão do jogo ou assumem com o placar que não sabem como pará-lo.
Marcelo, o técnico, é na dele. Só trabalha e mesmo sob enorme contestação no turno de 2013, insistiu. Funcionou.
O Cruzeiro que goleia e passeia não é responsabilidade do Dedé, nem do Éverton, menos ainda do Goulart. É de uma mentalidade que joga sem a bola e que sorri com ela. De um time que marca gols pra se divertir e que retoma a bola para poder fazê-los, não para evitar sofrê-los.
É o sopro que nos garante, ainda, que mesmo que o futebol mude ainda podemos nos adaptar e ser os melhores.
abs,
RicaPerrone