A exceção virou regra
Em primeiro lugar é bom registrar que a eliminação da argentina não tem nenhuma relação com a do Brasil. A risada de ontem continua, aliás, tá velha. São 20 anos de micos e nem em casa, com amplo favoritismo e dever de vencer, conseguiram. Aqui, meu parceiro, é apenas uma derrota. Lá é crise, e das brabas, sem hora pra terminar.
Não, não vou perder tempo em procurar culpados. Não os vejo, ainda. Mas o futebol, de novo, pediu socorro.
Tirando a brincadeira com a Argentina e a torcida pelo Brasil, vamos aos fatos.
Barcelona campeão, outro dia, era regra. Brasil de 82, eliminado, era exceção.
O futebol está dando sinais, todos os dias, de que precisa ter alguma mudança. Talvez nas regras, talvez na forma, não me pergunte, eu não sei a resposta pro problema. Só sei que ele existe, e neste final de semana ficou, de novo, muito claro.
Já são diversos os resultados, que começam com um ou outro acaso e hoje dá pra dizer que virou regra. O time que menos joga, que menos busca e que melhor se defende, tende a ganhar o jogo.
Você não pode, e nem eu estou sugerindo, que isso seja tirado do futebol. Ao contrário, a graça é essa.
Mas há uma ordem. Normalmente vence o melhor, as vezes vence o pior.
Ela não pode ser invertida, pois quando for, o objetivo do jogo perdeu sua razão.
A Argentina foi melhor que o Uruguai, por ter um a mais, por ser em casa, ainda sendo um clássico. Perdeu.
O Peru eliminou a Colômbia, que jogou muito melhor que ele.
Aí vem a seleção, que será obviamente atropelada de criticas exageradas, e cria chances e mais chances de GOLEAR o Paraguai, que diga-se, é um time competitivo desde as eliminatorias passadas. Eles seguram, seguram… e passam.
Parecia uma nova “quarta-feira do terror”, mas num domingo. (Cruzeiro, Inter, Gremio, Flu… lembra?)
Vem o Chile, atropela a Venezuela e… perde.
Fica aquele gostinho de que um é engraçado. Dois é divertido, três é estranho… quatro virou palhaçada.
Que futebol é esse que privilegia o pior?
Acho que nem o mais fanático corneteiro dirá que Brasil, Colômbia e Chile não massacraram seus adversários. E os três estão fora.
Era pra ser um, talvez dois, num dia de muito azar.
Os três?
De novo?
Acho que a exceção virou regra.
Tá na hora de rever algumas coisas.
abs,
RicaPerrone