A hora que quiser?
O Atlético Mineiro tem o melhor time do país. Acho bem pouco discutível que entre os 11 titulares alguém tenha nomes como Fred, Robinho, Elias, Cazares, Leo Silva, Victor, Marcos Rocha. Enfim. O que não significa que vá jogar ou ganhar algo por isso.
Entre o bom time e o bom futebol é um elo complicado de encontrar que passa obrigatoriamente com o tesão em fazer o que está fazendo. E futebol só se ganha com olho brilhando. Ainda mais mata-mata.
Atleticano sabe bem disso porque viveu na era Cuca o simbolismo máximo do que cito aqui. E hoje vive, com mais time, o sentimento inverso. Um time de potencial enorme, mas… “pica sonsa”.
A impressão que dá é que o Galo acha que ganha e faz gols a hora que bem entender. Eu nem chego a discordar, mas nunca vi isso dar certo. O time não vibra, toca demais pro lado, corre só quando precisa e não explode em momento algum da partida.
É o equilíbrio exagerado de um caixa de supermercado. Ele pega, passa, cobra, próximo. Pega, passa, cobra, próximo. É um processo repetitivo e sem tesão. Feito pela mera obrigação de se fazer e sem a menor obrigação de ir além.
O Galo tem sim a obrigação de ir além. Se não na tabela, nos 90 minutos pela camisa que veste. O mínimo possível não é compatível com as expectativas desse Galo. Se um dia esse time se olhar na cara no vestiário e dizer: “Vamos ganhar”, dificilmente ele não vai ganhar.
Mas a impressão que dá de fora é que eles acham que vão ganhar quando bem entenderem. E a história é muito cruel com esse pensamento.
Já diria o filósofo Luxemburgo: “já comeu alguém com a pica sonsa?”.
E nem vai.
Bota sangue nesses olhos, Galo.
abs,
RicaPerrone