Nós, jornalistas, e vou me incluir numa tremenda tentativa imbecil de fingir que me considero parte disso, não entendemos ainda o que é o futebol. Menos ainda no que trabalhamos, qual nossa função, pra quem fazemos e que atrás de tudo isso existe um departamento comercial.
Profissão não é ideal. Se é, não é profissão.
Não gosto do que é feito hoje. Acho burro, inconsequente, movido pelo ego e não pelo cérebro.
Futebol é entretenimento e como detentor ou não dos direitos de transmissão, não sou isento. Nem posso ser. Estou sempre de um lado.
O do público, afinal, sou um apresentador de espetáculo, não o sujeito que diz pra fila do cinema que o filme é uma merda.
Eu vivo da bilheteria do cinema.
Mesmo que eu me faça de idiota e não queira entender isso.
Eu não posso achar engraçado a queda de um time grande. Nem ser hipócrita de ir na tv me fazer de mega interessado na queda do Náutico. Afinal, sabemos, não estou.
Mas a partir do momento em que você liga o rádio e vê diversos jornalistas paulistas achando graça e comemorando a queda de um grande do Rio, por exemplo, você precisa rever o rótulo que carrega. Ou ao menos se opor a isso publicamente.
Não é engraçado, senhores.
E se você acha engraçado perder mais de 40 clássicos nacionais na tabela do ano que vem, fica fácil saber porque você não ri no fim do mes, quando o salário de jornalista te revolta.
Se é engraçado perder 2 das maiores atrações do meu circo sabendo que vai afetar minha história profissional, meu bolso, meu mercado e meu público, fica claro, de vez, porque quem apresenta o show ao público muitas vezes é o palhaço.
Palhaço é o sujeito que olha pro público, puxa o bolso vazio, mas segue rindo.
Nós vivemos deste circo. Mesmo que como palhaços.
abs,
RicaPerrone