A gente pode bolar mil formas de falar sobre o jogo. Podemos focar no erro do juiz, no azar, no golaço dos caras, na boa atuação do Flamengo hoje, no que for. Vamos cair no óbvio e na verdade mais crua de todas: São 180 minutos, e o Flamengo jogou 90.
Nestes 90, foi guerreiro, foi bem, melhor que os caras e mereceu vencer. Mas, nos outros 90, foi ridículo. A vaga é a soma dos 2 jogos, e o Flamengo se permitiu abrir mão de 90 minutos, ou pelo menos 45, nessa disputa.
Resultado: A Universidad não foi “ridícula” em nenhum momento. O Flamengo foi por pelo menos 45 minutos. Mesmo o brilhantismo do Adriano hoje, a boa atuação no Chile e a vergonha na cara que o time demonstrou não são suficientes para querer argumentar tudo.
Falha do Bruno? Penalti não marcado? Juiz ruim? Sim, tudo isso pode ter acontecido. Mas o fato maior é que a Libertadores durou 4 meses pro Flamengo e neste tempo todo o time vem se arrastando na base do “Deus me livre”.
É místico, bacana, interessante, cultural até. Mas…
O Flamengo pediu pra perder na primeira fase, não deixaram. Pediu pra ser eliminado no Pacaembu em 45 minutos, e conseguiu voltar a tempo de evitar.
Pediu pra cair nas quartas, e dessa vez atenderam o pedido.
Dá pra tirar muita coisa boa de hoje. O time jogou dentro do que podia, mas…
– Nao tem padrão tático algum.
– Nao tem time titular
– Não tem treinador
– Não tem sequencia
E aí, mesmo sendo o Flamengo, o time das causas impossíveis, as vezes não dá.
Não deu.
Caiu em pé? Caiu.
Passou vergonha? Nem a pau.
Merecia classificar? Talvez.
É injusto ter ficado fora? Não.
O Rogério inventou tudo que podia em 4 jogos. Fez parecer milagre sua entrada do Romulo, depois tirou o cara até do banco, assinando um atestado de “não foi mérito, foi sorte”. Porque quem “arruma um time” com um jogador, não tira ele do elenco na semana seguinte.
O Pet é banco do Pacheco e do Michael. O que não faz sentido algum para qualquer cidadão que saiba um pouco sobre futebol. Ele deve saber, mas a vontade em fazer o diferente é grande.
Me passa a nítida sensação que o Rogério tentou impressionar. Aí, evitou fazer o basico e ficou procurando fazer o mais dificil, pra sobressair a parte tática.
4 volantes no Rio, mudanças no time toda semana, mudança de postura, mudança tática, e nada.
Algumas corretas, outras pessimas. Num geral, não foi bem.
Como não foram bem Maldonado, que vai mal em 2010, Kleberson, que dorme no campo de meia, volante, ala ou zagueiro, a irregularidade do Imperador, a zaga do time e a falta de defnição de quem formava o time titular.
Jogaram no meio campo, recentemente: Toró, Romulo, Kleberson, Maldonado, Michael, Pet e Williams. São 7 caras pra 4 vagas, em 4 jogos. Aí é duro né?
O Flamengo perde com dignidade, mas com algumas lições a serem tiradas.
Nem sempre dá pra usar o “Aqui é Flamengo, porra” como único argumento para acreditar em grandes vitórias.
O time é bom, nem todo planejamento foi ruim, existiram acasos, detalhes, mas… faltou.
Agora é esperar pra ver se haverá a inteligencia de entender como uma derrota e seguir em frente ou se haverá aquela eterna cultura rubro-negra do “pára tudo porque o mundo acabou”.
Na primeira opção, um dos favoritos ao Brasileiro.
Na segunda…
abs,
RicaPerrone