Acabou
47, segundo tempo. Acabou.
Acabou o jogo, a paciência, a ressaca e a perspectiva do impossível.
Com 3×0 no placar não há muito o que explicar, por mais que seja possível. Ninguém quer ouvir, ponderar e pensar. É euforia pra lá, revolta pra cá.
Nenhum argumento gritará mais alto que o placar.
Não, em 2 dias o Flamengo não contratará uma defesa, um lateral, um meia e um atacante. Menos ainda um técnico. Se havia esperança de um time de alto nível ser montado para o ano de 2012, acabou.
Se hoje era o dia que a tal raça poderia superar a técnica e fazer, como tantas vezes já fez, a nação carregar seu time nas costas, não aconteceu. Acabou, não haverá outra chance.
Do lado alvi-negro, ressaca. Não, também acabou.
Foram 2 lances bobos, individuais, num jogo longe de indicar um 3×0. Mas foram erros de um mesmo time, pra cima do time mais bem armado e lúcido da América do Sul.
Não foi o Boca, o Santos e nem ninguém capaz de passar pela defesa corintiana. Não seria o Flamengo, naturalmente.
Se o corintiano mais pessimista poderia pensar numa tragédia após a Libertadores, acabou.
E se o sonho rubro-negro era ver um time surgindo das cinzas comandado pelo bom e velho “Papai Joel” como em 2007, idem.
Para ser Flamengo é preciso ser na pressão. Pois lá está ela, gigante como sempre, adormecida nos últimos tempos.
Não há mais paciência, não há mais o que explicar.
Ou se lança um time de garotos em busca de um 2013 melhor, deixando claro que não acontecerá nada neste Brasileiro, ou continuam tentando tapar hemorragia com band-aid.
Acabou o sonho dourado de ver a camisa rubro-negra transformar água em vinho.
É água. Só água. E a camisa do Flamengo é uma taça de vinho requintada demais pra servi-la.
abs,
RicaPerrone