Futebol

Alex, o 10 que não voltou pra marcar

Alex vai parar. Eu não faço parte daquele grupo de torcedores ou jornalistas que acham Alex um injustiçado. Nem acho que ele tenha sido um jogador tão incontestável assim.

Mas acho, como a maioria, que foi um craque e que talvez seja o último dos nossos camisas 10.

Engraçado, curioso, quase cretino, é ver a mesma mídia que contesta o futebol “ultrapassado” do Brasil chorando a perda de um jogador totalmente brasileiro, que se mexe pouco, marca mal, dorme e acorda, vive de técnica e que vai contra tudo aquilo que hoje pregam os entendidos.

Afinal, lamenta-se o fim de Alex ou comemora-se? Pelo que vejo na mídia não suportam mais jogadores como ele. Queremos mais volantes, mais corredores, mais tática, menos espaços, mais europa, menos Brasil.

Palmeiras, Cruzeiro, o Fenerbahce e o Coxa tiveram o privilégio de poder exaltar e guardar em suas histórias os lances deste craque que jamais apareceu perto da sua grande área.

E o que mais gosto no Alex, juro, é o fato dele não ter voltado pra marcar.

Não sei se por convicção, falta de preparo físico, incapacidade defensiva ou teimosia. Sei que Alex começou e vai parar como camisa 10. Mas o nosso! Nao um “Ballack” disfarçado de craque. Um craque legítimo, decisivo, que usa seu talento para fazer diferença, não para equilibrar jogos táticos.

A seleção não teve Alex muito por culpa de suas fases de apagão também, é bom que se registre. Mas o maior ídolo de um clube da Turquia, um grande nome da história de Cruzeiro, Palmeiras e Coxa não pode ser colocado como “injustiçado”.

Injustiçada é a bola, que vai deixar de rolar nos pés dele pra cair na canela de algum volante moderno, que corre pra caralho, e só.

Alex aceitava qualquer condição na carreira, menos a de mediocre. Ou era pra resolver, ou pra desaparecer.  Mas coadjuvante, nem pensar.

Como nós, brasileiros, não pensávamos.  Agora já nos adaptamos.

Mais Alex. Doa a cobertura de lateral que doer! Perdendo a segunda bola se necessário. Talvez até mesmo alguns jogos. Mas com Alex não perdemos a alma.

Obrigado, craque! Não pelos gols, mas pela resistência técnica num mar de mediocridade.

abs,
RicaPerrone

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