Alinhando expectativas
Talvez seja apenas frustração pela derrota, talvez seja a “exigente” torcida do Palmeiras em busca de sua eterna academia. Entre os dois, fico com a idéia deturpada de que se formou um time pra jogar um futebol encantador.
Não.
O Palmeiras montou um elenco pra ser campeão nos pontos corridos, contratou um treinador que ganha mata-mata e jogadores chaves que decidem jogos específicos, o que nos leva a crer que o objetivo número 1, 2 e 3 seja o resultado e não o futebol apresentado.
O Palmeiras do Felipão não vai jogar bonito. Simplesmente porque o Felipão não é esse treinador e embora alguns de seus times tenham conseguido, o estilo dele é competitivo e não exatamente vistoso.
Quando ele ganha as cornetas se calam. Quando perde soma-se a paixão do torcedor do Palmeiras pelo futebol bem jogado ao sangue italiano e tudo parece uma merda.
Não é.
Nem passa perto da expectativa de alguns. Então, acho que é o caso de alinha-las.
O Palmeiras quer a Libertadores. Pra isso contratou um treinador especialista em vencer mata-mata, um elenco equilibrado e alguns jogadores chaves pra decidir quando o coletivo não funciona. É absolutamente bem pensado.
Só que talvez o torcedor queira mais. E se quiser, em 2019, vai ser difícil tendo em vista que quase ninguém (pra não ser radical e afirmar que ninguém mesmo) joga um bom futebol a não ser uns 5 times muito ricos na Europa.
O futebol que o palmeirense se apaixonou, e que também foi o mais belo que já vi em 1996, não existe mais. Quase ninguém consegue mais fazer algo daquele tipo. Menos ainda no Brasil onde se joga muito, treina pouco e o conceito coletivo é bastante ignorado culturalmente.
O Palmeiras tem um plano. Perder o Paulistão não muda seu plano, e sequer o futebol feio liga um alerta. A idéia foi essa, o esperado deve ser esse. Um time duro de bater. Não um time belo de assistir.
Embora tenha ali material humano pra que seja os dois.
RicaPerrone