Caros dirigentes da Conmebol;
Nós decidimos ficar.
Em respeito aos mais de 100 anos onde clubes enormes criaram uma linda história e carregaram milhões de apaixonados, nós vamos ficar.
Ignorando o despeito de ter em você, entidade corrupta por DNA e de nenhum bom senso esportivo, ético ou moral, continuaremos aqui.
Com todos os seus esforços para que nós deixemos o futebol para você, nós vamos ficar.
Se fizer uma final única na lua, nós vamos.
Se roubarem mais e mais vezes nossos times e sairem rindo de nossa cara, continuaremos jogando, enchendo estádio e considerando a Libertadores o sonho maior.
Nós temos vocação pra palhaço. Mas palhaço ganha a vida dignamente e pode olhar na cara dos filhos quando chega em casa e tira a tinta do rosto.
Somos tão idiotas que nem mesmo tendo o poder economico do continente nas mãos usamos para tirar vantagem através de politicagem em vossa suja sala de reunião.
Dos nossos são raros os que vocês não atingiram. Mas não são raros os que, apesar de você, conquistaram a América dignamente.
A sua final de 2018 é porca. Nojenta. Uma farsa. Mas ainda que seja tudo isso, é memorável porque Boca e River conseguem ter na paixão de sua gente uma cortina forte o suficiente para fazer disso maior do que o que você esconde.
Nós vamos continuar, Conmebol.
Nem me iludo. Sei que em janeiro estará todo mundo louco por uma Libertadores novamente, que ninguém se importará mais com o que fizeram esse ano com Santos, Grêmio e Cruzeiro. Sabe porque?
Porque nós somos o que há de mais honesto no futebol: a paixão, a rivalidade, a estupidez ao negar fatos para desmerecer um rival. A burrice de sustentar seu torneio nefasto e sem critério. Porque nós amamos futebol, a noite de quarta-feira e o ritual que envolve um grande jogo.
Nós somos o futebol. Vocês, o que tenta matá-lo.
Se o futebol estivesse nas mãos de 5 bêbados doentes e rivais apaixonados estaria mais honestamente entregue do que em suas mãos, Conmebol.
Você é o que há de pior no futebol em todo mundo. Mas pra sua sorte acabou sendo responsável por organizar o que há de melhor, que é nosso talento, nossa paixão e loucura por essa doença chamada futebol.
Vamos continuar aqui. Com suas proibições estúpidas, com suas regras descumpridas, seu jogo político sujo e seus árbitros tendenciosos.
Porque quando um pai e um filho se abraçam num gol memorável você se torna tão insignificante que nós conseguimos ainda fingir que não estamos vendo o que todo mundo vê.
Mas infelizmente, graças a você e sua gente aí dentro, esses pais precisam sentar com seus filhos ao final de uma partida para explicar a regra que não é regra, o gol que não foi gol, a festa proibida, as pedras permitidas e que nem sempre o bandido acaba mal.
Nós vamos continuar.
Apesar de você.
abs,
RicaPerrone