As planilhas seguem ok
Outra vez o Flamengo vai a campo sabe-se lá pra que. Talvez pelas premiações por conquistas, talvez pra “não perder”. Quem sabe por mera obrigação de bater ponto.
Mas pra ganhar o jogo não foi.
Ninguém que tem nada a perder e precisa de ousadia para ganhar algo mais pode ser tão previsível, precioso e covarde. O que aconteceria se o Flamengo fosse buscar a vitória?
No ruim, perderia o jogo.
Quanto toquinho de 3 dedos, quanta jogadinha individual. Nenhum coletivo, nenhuma ousadia. O conformismo de quem olha o relatório e vê crescimento de 0,4% e entende que está tudo ok.
O Flamengo virou empresa. Mas empresa nenhuma vende paixão, logo, todas elas são administradas de forma diferente do futebol. Não interessa ao torcedor analisar que há melhora em relação aos últimos 20 anos, embora seja justo dizer isso.
Interessa a ele ver-se representado em campo. É pra isso que gostamos de futebol, não porque é um esporte maneiro. Não a toa a maioria das pessoas diz não gostar de futebol mas sim do seu time.
Times carregam alma, características e personalidade.
Esse aí, de novo, prova que não tem a menor idéia do que representa.
Não perdeu, se classificou, está bem no Brasileiro, contas em dia e vendeu mais um patrocinio. Tem time de E-sports, paga em dia, lança camisa, bomba em canal do youtube e dificilmente será ameaçado por rebaixamento tão cedo.
Mas seu povo olha e não se vê ali. De que adianta?
Ser tão correto, grandioso, bem administrado, em crescimento e rico sem representar a única coisa que faz sentido nessa história toda?
Jogos como os de hoje explicam pra diretoria o que ela não quer ver: não se trata de resultado. Se trata de desempenho, identidade e paixão.
Mas na planilha, houve crescimento. Do não classificado as oitavas ao time que este ano passou de fase. Logo, premia-se, aplaude e segue o enterro.
abs,
RicaPerrone