Bah, Pedro!
Pedro vai se aposentar. Aos 39 anos é até natural imaginar que fosse acontecer embora seja duro pro gremista compreender não tê-lo mais no elenco.
Por uso continuo? Não. Pela presença de alguém em quem você confia todas as suas fichas na seriedade, bravura e incondicional defesa da honra.
Caso raro.
Geromel é um jogador sem substituto. Ou alguém conhece um zagueiro sem oba-oba no entorno que seja eleito o melhor zagueiro da Bundesliga pelo Colônia duas vezes?
Pedro precisava do palco. E ele veio no Grêmio, onde pode mostrar pra muita gente porque ele era o ídolo de pouca gente na Alemanha.
E em 3 anos de Grêmio Pedro era titular, devolveu ao torcedor títulos, ergueu todos eles como capitão e se conectou com uma das torcidas mais difíceis de conquistar na América.
Pedro machucou, saiu, voltou, machucou, treinou, tentou, mas infelizmente a idade o venceu. Não conseguiu mais se firmar como titular absoluto embora no imaginário do torcedor ainda exista o gigantesco Geromel de 30 anos de idade, pronto pra antecipar qualquer jogada e não precisar dar pontapés.
Ídolos vem com títulos também, mas principalmente com identificação. E não há nada maior no futebol do que você terminar sua carreira com uma camisa tatuada no peito. Geromel é e será do Grêmio pra sempre. O que responde qualquer dúvida sobre sua grandeza.
Tivesse ele atuado num time do Rio ou São Paulo a mídia teria noção do que ele representa e até, talvez, do quão melhor ele foi do que vários zagueiros “indiscutíveis” na seleção durante esses 11 anos. Mas essa conversa não cruza estado, então segue o baile.
Que você tenha todos os aplausos e abraços que merece pelo resto da vida ao sair na rua. Porque são raríssimos os Pedros no futebol hoje.
Talvez você não saiba, Pedro, mas você é um ídolo da década de 80 atuando em 2024.
Não se faz mais Geromels. Infelizmente.
RicaPerrone