Bla-bla-blarrichello
Rubinho perdeu o lugar, está praticamente fora da F-1 e após 200 anos aturando os “agora vai” e o festival de justíssimas piadas feitas com o “nosso” piloto, é hora de exalta-lo. Afinal, como diz o bom senso, quando alguém morre só lembramos das coisas boas. No esporte, quando alguém pára, idem.
Rubinho foi um piloto importante. Correu mais do que todos, não na velocidade ideal, mas numa quantidade de tentativas assustadora. Recordista de Gps, superando Patrese, Trulli, Coulthard entre outros tão mediocres quanto que apenas correram muitos anos, o que não quer dizer que o fizeram com algo especial.
Se você o ama, já está irritado. É um dom que admiro defender Barrichello. Eu tentei, juro. Até cansar.
E não estou aqui pra acusa-lo de nada, afinal, quase parado, não conseguirá mais fazer o pouco que fazia quando ativo. O incômodo vem da reação a sua aposentadoria. De piada, virou herói. De piloto comum, que é, virou um baita piloto. E de chorão passou a “baita acertador de carros”.
É quase sempre assim. Quando há simpatia o volante brucutu vira um “jogador tático”, afinal, não dá pra tentar exaltar a qualidade. Então, cria-se uma forma de exaltar alguma coisa que poucos enxergam, até porque, normalmente, não há o que enxergar.
Rubens correu mais de 300 vezes. Esteve por 7 anos (soma de Ferrari e Brawn) com um carro capaz de ganhar corridas. Viu seus companheiros serem campeões 6 vezes com o mesmo carro. Se não bastasse o argumento de “Mas é o Schumacher…”, perdeu também pro Button, que até então era tido como uma promessa que não havia vingado.
Um Irvine brasileiro, um Patrese com fama de azarado. Seja como for, Rubens não passou disso e não há nenhum argumento que seja capaz de mudar esta história nos livros de F-1. Talvez em sua autobiografia, que deve se chamar: “A Fórmula 1 segundo Rubens Barrichello”.
Acostumado com a derrota, apático aos fracassos e fazendo de algo acordado um susto pra se fazer de vítima, entra na minha galeria dos piores desportistas que vi atuar. E não me refiro a desempenho apenas. Me refiro, especialmente, a atitude.
Ao assinar na Ferrari, fez tipo que “não sabia” que lá tinha dono. Entendo, ele não tem 10% do carisma e da postura do Senna pra chegar num time e mudar a ordem dos pilotos. Mas chorou, renovou. E renovado não podia dizer que não sabia.
Ao receber ordem, de novo, certa ou errada, daquilo que assinou E RENOVOU, fez drama, tipinho, abriu na reta e jogou seu empregador contra o mundo. Entre a vergonha de ter aceitado ser apenas “mais um” e a fama eterna de coitadinho, optou pela segunda. Qualquer uma delas não é digna de um campeão. O que também não me causa nenhuma sensação incoerente, já que falamos de um bom piloto e só. De forma alguma, sob nenhum argumento, falamos de um campeão.
Rubens foi um Irvine revoltadinho. Um Coulthard que preferiu ser a vítima do que o bom coadjuvante. Incapaz de ser protagonista, deveria aceitar o segundo destaque. Não quis. Preferiu ser a vítima maior de um circo que o manteve lá por 300 gps, fazendo dele um sujeito muito rico, porém, cheio de “poréns” pra explicar.
Barrichello não conta a sua carreira, ele a explica.
Respeito o sujeito, o bom homem, o bom pai, sem dúvida! Mas não consigo tolerar um país que viu Senna e até mesmo o “não tão bom sujeito” Piquet aplaudindo Rubens como um “vencedor”.
Ele não foi. Na vida, sim. Ta rico! Mas no esporte que escolheu competir, não. Aqui, analiso o esportista.
É hora de dar adeus a piada mais repetitiva do país nos ultimos 18 anos.
Então, adeus.
Valeu?
Pra mim, não. Só mais um.
abs,
RicaPerrone