Futebol

BR12: Público e Renda

Chega de analisar números superficiais e manipulados de forma pouco criteriosa. O levantamento é 100% baseado em borderôs, ou seja, não há margem para erros.  A CBF diz que se jogar Flamengo e Vasco no Engenhão é meio a meio na torcida, mas determina 100% do público e renda pra um dos lados na estatística.

Corrigi. Em jogos “meio a meio”, dei metade do público pra cada lado. Não fica perfeito, há torcidas e torcidas, mas fica bem menos superficial do que o número congelado que a CBF divulga no fim do ano.

Renda bruta é quanto deu. Renda líquida é, tirando impostos, penhoras, estádio, etc… quando seu time levou de fato pra casa. Lá se vão 36 rodadas, tem time que não conseguiu pagar o salário de um reserva com dinheiro de ingressos.

Até que ponto hoje os clubes precisam dessa grana? Porque só o Corinthians consegue fazer disso um dinheiro considerável?

O que a pesquisa mostrou de fato?

– O Náutico é o clube que tem a torcida mais regular do campeonato. Seja contra quem for, lá estão seus 13 mil torcedores.
– Bahia e Sport tem altas médias conquistadas conforme o adversário, não conforme o seu time em campo.
– A média do Sào Paulo, mais uma vez, foi feita em cima de alguns jogos absurdamente superiores a média comum. Não é regular.
– O Engenhão é um fracasso total.
– O Fluminense pagou pra jogar 9 vezes em 2012, sendo a pior das torcidas se proporcional aos resultados.
– Nem Neymar e Ganso conseguem tirar o santista de casa.
– Torcida do Galo coloca o que o estádio permite. Talvez no Mineirão a média fosse bem maior.
– Que diabos a torcida do Corinthians faz no estádio sem estar disputando nada e com ingressos caros? Que fenômeno é esse?
– O Morumbi é o único estádio de time grande capaz, hoje, de receber mais de 40 mil pessoas.
– A idéia (sugerida por mim, diga-se) de ter um setor com ingressos a 10 reais aumentou a média do SPFC (primeiro a adotar) em quase 80%. Em quase todos os jogos lá estavam os 11 mil ingressos vendidos.
– Os times do Rio pagam pra jogar por causa da rejeição ao Engenhão e penhoras de diretorias anteriores.
Veja mais! Ao lado, um quadro de quantas vezes seu time entrou em campo e saiu PAGANDO pra ter jogado, ou seja, com receita líquida negativa.
A soma de receita do campeão Brasileiro (2 milhoes) não deve pagar 1 mes de salários. Há quem diga que os pontos corridos são mais rentáveis, há quem enxergue fatos e números e não chutes de longa distância.
O Corinthians conseguiu algo incrível. Sem disputar nada, sem jogos festivos ou estréias de craques, deu a maior receita de todas. Isso se deve ao brilhante plano “Fiel Torcedor”, que por coerência deve ser COPIADO mesmo pelos rivais.  Não será, pois a arrogância é maior que o cérebro. Mas deveria.
O Santos, que se matou para manter Neymar, não tem retorno de torcedores no estádio.
O São Paulo mostrou que ingressos populares ajudam muito, mas que um bom jogo de festa, uma estréia ou um recorde de um ídolo ainda são interessantes. Aliás, a se avaliar pela média de público, mais interessantes que os jogos do Brasileirão em si.
Talvez porque 50 reais seja caro, talvez porque os mesmos 50 sejam baratos para o pay per view.
Algo precisa ser repensado. O estádio é terra de ninguém, um programa de índio cada dia menos interessante. Aos clubes, aos torcedores, ao futebol.
Estádio vazio influencia inclusive no nível da partida. Não é um detalhe entrar para 5 ou 50 mil pessoas.
Abaixo a linha que determina o que é média de fato e o que foram jogos atípicos festivos que geraram o número final.
abs,
RicaPerrone 

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