Cruzeiro

Campeões e campeões

O futebol tem espaço para campeões e campeões. Do sortudo ao brilhante, do roubado ao incontestável, todo tipo de campeão fica pra história.

Mas é muito raro um campeão ser calculista e brilhante ao mesmo tempo.

Costumo dizer que no olhar do líder de um grupo, seja ele de dança, futebol, teatro, qualquer coisa que mexa com pessoas e sentimentos, temos uma boa noção do que esperar dos comandados.

Marcelo Oliveira é um treinador que olha firme. Mas que seus olhos não brilham.

Como Muricy, como Roth, como Parreira e outros tantos (não comparando o estilo de jogo), ele olha pro campo como quem vê uma equação matemática.  O que o faz competente é o fato de saber resolver essa equação.

O que o faz contestável é o fato de que futebol não é só uma equação.

Para ser campeão em torneios com confronto direto e decisivos é preciso mais do que regularidade e um plano de jogo. O Cruzeiro é “regular” há 2 anos e meio.  Mas neste período todo foi desclassificado de maneira até apática de todos os torneios de mata-mata que disputou.

E que os “novinhos” não se enganem, o Cruzeiro não é um time de afinar em mata-mata. Pelo contrário.  Este, regular, de bom futebol, incontestável a médio e longo prazo, não entra pra jogar decisões. Apenas jogos de tabela.

De 2013 pra cá, período de Marcelo, o Cruzeiro foi bicampeão dos pontos corridos. Mas perdeu 2 Mineiros pro Galo, o que ganhou foi com 2 “zero a zero”.

Eliminado das duas Copas do Brasil. Uma delas na final no maior Cruzeiro x Galo da história. Ou, pelo menos, no mais importante em termos de título.  Fora também das Libertadores, como a desta noite, perdendo uma partida absurda por 3×0 dentro de casa com a vaga nas mãos.

Contra o grande rival, 11 jogos sem vencer.

Existem campeões que entram pra história e outros que fazem história. Este Cruzeiro, ainda que histórico, entrou na lista.

Falta um marco para este Cruzeiro. Uma grande vitória, um gol de título, um homem do título, ou, até, um título contra o vice e não contra “tudo e todos”.

abs,
RicaPerrone

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