Chapeuzinho vermelho
Dizem que é mídia, lenda, história bem contada. Desesperados com a virada após a prévia gozação, contestam o maior patrimônio rubro-negro como quem briga com a capacidade de pilotar um carro de Ayrton Senna.
“Não cantam”. “É flapress!”. “Tem que cantar 90 minutos”, Blá, blá, blá…
Eu não sei quem criou o manual de torcidas modernas, mas eu acho um saco. Torcidas reagem diferente, e o Flamengo é céu e inferno o tempo todo. Isso implica em ir das vaias ao apoio em uma bola na trave. Gosto não se discute, mas a cultura de um clube vencedor e de um cartão postal do país estabelecido por méritos apenas se respeita.
Essa história que “inventaram” sobre a torcida é tão bem contada que até os jogadores compram. Todos eles falam sobre “jogar no Maracanã contra a torcida do Flamengo”. Todos eles sonham em correr pra torcida do Flamengo. Talvez eles sejam comprados pela FlaPress, talvez sejam a referência que precisam para confirmar o óbvio.
A virada é fruto de uma torcida bipolar. O empate, de um time pressionado pela mesma torcida que ali cobrava. São malucos, mas são malucos à sua maneira.
“É tudo histórinha”. “A Globo que inventou!”. “Nem é tudo isso!”.
Pode até ser que seja. Mas fato é que Chapeuzinho vermelho está na boca do lobo mais uma vez. Goste ou não, a história vai trocando gerações e mantendo seu final.
Do inferno ao céu. Da quase crise ao quase em Tóquio.
- Que torcida enorme você tem, vovó…
- É a mídia, chapeuzinho. É a mídia…
abs,
RicaPerrone