O que faz o São Paulo desde os tempos do Muricy, sabemos, é buscar resultados. Não há time mais pragmático e vencedor no país desde então. Jogar pelo resultado pode ser interessante, mas cansa. É aquela velha história que sempre digo aqui e que não precisa ir longe pra notar: Se no futebol os pequenos tem chances porque recuam e contra-atacam, se um grande fizer isso a chance dele é muito maior.
Porém, não faziam por VERGONHA de se postar assim. Hoje, onde apenas o 1×0 no fim do jogo importa, eles fazem, são aplaudidos e está tudo bem.
No Tricolor, que tem material humano pra não se postar desta forma, Adílson vai se deparar com um problema enorme. Ele terá nas mãos as peças para fazer o time jogar como grande. E se mantiver o esquema de jogo de time pequeno, é bom que ganhe, pois perder com 4 volantes é um pedido de demissão quase formal.
Pensando nas diversas alternativas que o SPFC tem, resolvi “desenhar” pra ver se conseguimos entender porque é tão contestável um time que está pertinho da liderança.
Este é o time do Adílson. Dois caras rápidos na frente, um meio-campo com 900 pessoas, um time que se segura, dá lá na frente e os dois resolvem. Tática de time pequeno. Mas, funciona.
Adílson diz que não tem centroavante, que falta meia, pode inventar o que quiser. A mim nada justifica matar o principal jogador do time com medo de tirar um volante e meter um centroavante, mesmo que seja um Rivaldo com 80 anos ou um Henrique com 19.
Porque os jogos do São Paulo são insuportáveis de se assistir? Olha aí:
Como é que dá jogo assim? Você prende 3 do adversário pra te marcar, um volante parando as subidas do Cícero, o adversário não cria porque não tem espaços e quem fizer o primeiro ganha.
Repito, como digo no caso Muricy: É mediocre, eu odeio, mas funciona. Qualquer gigante, usando as armas covardes de um nanico, sairá em vantagem.
O time que ele DEVERIA estar usando é esse:
Com 2 volantes, o Lucas mais atrás, o Cícero mais a frente e o Rivaldo fazendo o papel do Luis Fabiano. Porque?
Primeiro porque é só ali que ele rende. Parado, tendo que dar um toque na bola. Segundo porque assim, nesta formação, o time não precisará se adaptar a nada. É só colocar o Fabiano e pronto.
Agora não. Ele terá que adaptar o SPFC a um novo formato que eu aposto ser este:
É ruim? Não. Pode virar. Os dois “segundos” volantes sabem jogar bola. O problema é que, de novo, a criação fica aberta nos lados do campo. Assim sendo, tome cruzamento.
Funciona? Funciona. Você faria? Talvez não.
Acho que se eu fosse montar, faria isso:
Acho mais feijão com arroz. Acho mais interessante o Cícero trocando com Juan, acho o Lucas muito mais jogador vindo de trás e prefiro o Jean ao Denílson, Wellington e Paraíba.
Aliás, prefiro um cone ao Paraíba.
E você? Qual é o seu “novo tricolor”? E a principal pergunta: Porque um “novo tricolor” se poderia estar padronizado há meses?
Eu não sou “contra o São Paulo”. Sou contra que ele se poste como algo muito menor do que o São Paulo.
Lembra da frase: “Torço por um clube cuja grandeza não consiste em conquistar títulos, mas sim em merecê-los”.?
Então… Eu gosto dela. E quem tem mais de 30 anos sabe do que eu estou falando.
O São Paulo não é e nem pode ser um time que joga recuado buscando a vitória e nada mais.
Um gigante tem que ter algo mais. E o São Paulo nunca se contentou em cumprir seu papel e nada mais.
Tá na hora de ser brilhante, como não é desde 2005. Ou, ao menos, tentar ser.
abs,
RicaPerrone