Como tem que ser
Eu não me importo que um jogo tenha cara de decisão mesmo sem ser. Me importo com os que decidem e parecem amistosos.
Irritante é ver jogo morno com casa vazia, nunca o contrário. Galo e Grêmio fizeram por onde chegar até aqui na condição que chegaram. Não esperava nada diferente de uma “guerra” cheia de faltas, catimba e entradas duras.
Assim jogam os gaúchos quando decidem. Não decidia nada, mas parecia decisão.
O Atlético, que já desperta o sentimento de desconfiança no torcedor, idem. Sabe o quanto precisa desse títulos, sabe o tamanho do problema que é o Grêmio em reta final e não ia perder a chance de dizer pro Flu, rodada após rodada: “Líder, mas temos jogos a menos”.
Agora não. Agora o líder é o Flu sob qualquer ponto de vista. E isso tem um peso.
Peso que ajuda o gremista a acreditar que pode tirar os pontos de vantagem do Flu quando olham para as próximas rodadas, onde jogam 2 em casa, enquanto o rival pega 2 clássicos.
O “caçado” agora é o Flu. O que os jornalistas de ejaculação precoce vão chamar de “virtual campeão”, agora, é o Flu.
Talvez sem isso seja até melhor pro Galo. Talvez essa chance de “correr por fora” seja ideal para este Grêmio.
Talvez.
Fato é que não temos decisões. Temos rodadas intermináveis e com estádios vazios esperando o orgasmo homeopático que virou o título nacional.
Quando temos um jogo assim, com cara de decisão, nada me incomoda.
Nem as faltas não marcadas, nem as mal marcadas. Nem os pontapés, menos ainda a catimba e o empurra-empurra.
Por consequencia, o chororô sagrado pós-jogo de cada não vencedor do domingo.
No caso, ambos.
Decisão é assim, mesmo quando não decide nada.
abs,
RicaPerrone