Entre o santo e o bobo
O Independiente da Argentina é um time grande, mas argentino. E como tal, sabemos, vai usar tudo que puder dentro ou fora do esporte, para ganhar o campeonato. Se for preciso chamar de macaco, farão. Se precisasse prender a torcida até as 4 da manhã, fariam. Se pudessem perder a chave do vestiário, perderiam. E se pudessem tirar qualquer conforto do Flamengo, o fariam, e fizeram.
Tá certo? Nao. Acho nível futebol argentino. Mas, há uma discussão maior do que essa e mais simples. Você quer ser pai do mongol que apanha no intervalo mas não revida porque mamãe disse pra ele que ele era especial ou do cara que ninguém sacaneia porque respeita?
Somos pais do mongol.
Nossos clubes jogam esses torneios sulamericanos a base de passar perrengue. E quando chegam aqui, só amor.
Afinal, somos evoluidos. Mas ser evoluido e trouxa são coisas muito conflitantes as vezes. É bonito o discursinho de alguns intelectuais que “devemos agir como maiores”, etc. Mas pro filho deles eles não falam isso quando ele apanha na escola.
Então sejamos práticos. Não é pra bater em ninguém. Só não manda flores.
Se tiver rojão no hotel, foda-se. Deixa ter. Se perder a chave do vestiário, que pena! Entra faltando 20 minutos. Se não puder aquecer no campo, não pode. E se puder nem deixar reconhecer gramado, o faça.
Quando um rival te dá um tiro você não pode ir pra cima dele com as mãos gritando que acha covardia a arma. Ele vai te matar.
Pára de tratar quem nos trata como macacos com tapete vermelho. Se é ambiente hostil, então também sabemos fazer.
Gosto da lei de Mané Galinha em Cidade de Deus. “Sou bom de paz. Mas se precisar…”.
Pressão nos caras! Sem violência, mas sem qualquer facilidade. Ou o moleque leva o seu lanche e você ainda volta pra casa chorando e com fome…
abs,
RicaPerrone