Corintianíssimo!
Do remanescente Cássio ao novo ídolo Carille. Da volta do Jadson ao talento oscilante de Rodriguinho. Da quarta força ao título brasileiro, esse Corinthians é no mínimo corintiano.
Colocado em dúvida. Sem ser galático, porque ali brilha quase sempre mais o clube do que o ídolo. Um monte de jogadores com pontos de interrogação na cabeça que hoje saem coroados por um título improvável.
Embora o corintiano vá dizer que sempre acreditou, é mentira dele. Quando o ano começou ele mesmo reclamava e dizia que “esse time” não era suficiente. Mas talvez por não ser se tornou um time. E futebol, hoje, ganha quem tem time e não quem tem jogadores.
Esse Corinthians é chato. Não joga bonito, até porque nem pode. Mas joga o que dá, como precisar, até que a vitória venha.
Trata-se de uma discussão meio boba o futebol apresentado. Primeiro porque no primeiro turno foi sim um futebol bem jogado. Mas estudam, aprendem, o time sente, cansa, não tem peças sobrando, se torna previsível e ainda assim manteve o título e o conquistou antecipadamente.
Não há “poréns”.
Todos os jogadores entenderam seu papel para criar uma engrenagem que não era provável que funcionasse tão bem. Carille, o autor intelectual deste Corinthians, nunca forçou uma forma de jogar acima dos limites do que tinha em mãos. Nunca perdeu a linha, o controle e a convicção.
Esse Corinthians pouco brilhante é memorável não só pela conquista, mas pela identificação com a sua história. Aguerrido, desacreditado, sem nenhuma estrela acima do escudo do clube, e vencedor.
Um Corinthians corintianíssimo! E portanto, campeão.
abs,
RicaPerrone