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Daquele jeito

Torcidas não ganham jogo, nem perdem.  Torcedores assistem futebol e, conforme o resultado, reagem. Alguns demoram mais pra reclamar, outros menos. Alguns times precisam da sua torcida pra vencer, outros são vencedores sem ela presente.

Alguns clubes tem torcida, outros tem platéia, só o Corinthians tem a tal “fiel”. E se você não sabia o porque do apelido, hoje ficou desenhado.

Tem festa mais bonita sim. Em São Paulo nem se quiserem conseguem fazer algo bonito pois em virtude da mentalidade imbecil das organizadas e do medo que a PM tem delas, não podemos ir pro jogo com camisa, bandeira, etc.

Festa, não! Torcedor bandido, pode.

Mas, era dia de festa. E a festa virou um drama. (by Galvão)

Quando o drama se tornaria um inferno para quase todos os times que conheço, eis que surge a diferença da tal “fiel”. Aos 30 minutos do segundo tempo, com 1×0 pro Galo, time jogando mal, sem conseguir pressionar e vendo a liderança ir pro buraco a 2 rodadas do fim…

Vaias? Não. O pacaembu explode em gritos de incentivo partindo do nada.

“Vamo Timão!”, “Não para de lutar!”, hino, “Corinthians!” e quem não olhasse pro placar pensaria numa goleada. Mas não, era uma ajuda de quem se sente parte do clube.

E não a toa, são mesmo.

Quantos fariam daqueles últimos 15 minutos um inferno e transformariam o fracasso em crise? A maioria, talvez.

Eles não. Transformaram o desespero em força e com ela viraram o jogo.

Pelos pés de Adriano, raro jogador brasileiro que adora decisões ao invés de se desesperar nelas. Gordo, magro, seja lá como for, nunca foi covarde.

Hoje, de novo, entrou e meteu a cara. A cara e uma sapatada pra dentro do gol, diga-se.

Jogador diferente, torcida diferente.

Não acho, e não serei hipocrita de negar, que o Corinthians mereça mais que o Vasco este título. Também não acho que ele “não mereça”. Só acho que merece menos, jogou menos, tem um time menos brilhante e teve uma campanha menos recheada de elementos e personagens para contar história.

Se vencer, estará em boas mãos. Talvez nem tanto nas dos 11 titulares de atuações comuns e campanha bastante regular, quase pragmática.  Mas nas mãos daqueles milhões de fiéis apaixonados torcedores que não entregaram o ouro quando muitos entregariam.

Ser fiel é estar junto até o fim. Na alegria e na tristeza, até que a morte os separe.

Ser fiel é  colocar a vontade de ajudar acima da de chorar.

Hoje, com Adriano, Tite e mais o que quiserem enxergar nessa partida, não se esqueçam daqueles que deram força pro medo não ser maior do que a vontade.

Sofrido, suado, no finalzinho…  Achou ruim?

Eles adoram. É o jeito alvi-negro de ser campeão.

Se for fácil não é Corinthians.

RicaPerrone

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