Desculpe o transtorno, preciso falar da nação
Foi mal, Gregório! Roubei porque você é o protagonista da semana a ser substituído nesta terça-feira, quando milhares de rubro-negros tomaram as ruas para também declarar seu amor.
Roubei porque tal qual você, é preciso alguma coragem pra expor tantos sentimentos num mundo rude e babaca onde priorizar a paixão, para alguns, torna pessoas “vagabundas”.
Porque é mais preocupante pela web nesta terça-feira pessoas tentando questionar e policiar a exaltação ao feito do que exaltar a alegria alheia.
Um mar rubro-negro parando a cidade em paz, cantando, brincando, levando com eles quem tivesse por perto para exaltar o time que sequer entrou em campo. Um time que outro dia sofria com esses mesmos caras a pressão de “ser Flamengo”.
É foda “ser Flamengo”. Mas também é “do caralho” ser Flamengo. Depende dos resultados.
Não cabe aqui qualquer comparação vazia sobre “qual torcida levou mais gente ao aeroporto” em determinada ocasião. Cabe a exaltação simples de registrar que pessoas continuam loucas e apaixonadas por seus clubes ao ponto de ir ao aeroporto dizer “tchau”.
Talvez os últimos parentes que visitaram o Rio foram sozinhos ao Santos Dumont de taxi para voltar pra casa. Mas o Flamengo, não! E coisas como as que vimos hoje explicam muito do nosso futebol, da nossa paixão, da nossa cultura e da minha profissão.
Do porque estamos falidos. Do porque eles estão se reerguendo. Do porque o Flamengo anda crescendo e pagando dívidas, enquanto a imprensa se afunda nelas.
Não somos rivais. Deveríamos ser parceiros, afinal, somos sócios do mesmo evento. Mas a burrice ideológica ainda reina de cá. E enquanto eles festejam de lá, fazemos cara de especialista para avalia-los de cá.
Ah, nação… dizem que puxo seu saco. Aliás, dizem que a mídia toda o faz.
E entre fotos e vídeos daquele Santos Dumont… não me resta alternativas que não te exaltar mais uma vez.
Agora é contigo, palmeirense! O Flamengo treinou “zebra” e embarcou quase “favorito”. Melhor entrar em campo aí, porque aqui, juro, eles ganham jogo as vezes.
abs,
RicaPerrone