Sem bola

Digital Influencer não é profissão

Eu sei, as marcas não podem ver uma tendência e seus gênios do marketing abraçam até a esmagar e estourar a bolha. O tal “digital influencer” será um caso desses em breve, é óbvio.

Não tem nada de errado em ser influenciador. Desde sempre eles existem e existirão. O ponto é como ele se forma e porque influencia você.

Toda pessoa que você admira te influencia. Mas você  tem que ter motivos aceitáveis para admira-lá e de preferência por sua profissão.

Digital Influencer não é profissão. É consequência de um sucesso na sua profissão.  Hoje, para os mais preguiçosos, virou trabalho.

“Eu quero ser digital influencer”.

Oi?

Você pode ser ator, pessoas gostarem de você e então influenciar pessoas. Nunca você pode querer influenciar para depois se tornar alguém.

Mas acontece. Porque nesse mundo atual basta um ex-gordo dizer 2 vezes por dia que é foco e low carb que ele influencia milhões de pessoas em dieta. E portanto ele não é nutricionista, nem professor de educação física, mas te influencia porque era gordo e não é mais.

Marcas pagam, porque 30 segundos na falida TV custa 400 mil pra atingir os mesmos X usuários que o gordo vai atingir num stories do instagram. E assim criamos mais um fenômeno.

As pessoas sempre quiseram um guru. O ser humano espera loucamente por alguém que saiba algo que ele não sabe e o conduza ao sucesso.  Países sub desenvolvidos tem ainda mais a tendência a esperar essas pessoas.

E então, com esse cenário, uma rede social e um corpo bonito surge mais um digital influencer sem profissão definida, talento explícito ou função qualificada.

E com ele milhões de idiotas que validam seu status não merecido e seu poder agora real.

Quando eu era moleque o Zico me influenciaria. Hoje meu filho é influenciado pelo Marquinhos, 29 anos, mora com os pais, não se formou em nada, joga video game e que grita palavrão no instagram.

Influenciador não é carreira. É consequência de uma.

Ou era. Sei lá.

abs,
RicaPerrone

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