É hora de ser diferente
Campeão de tudo, melhor técnico brasileiro para muitos, odiado por parte da imprensa e perseguido por qualquer coisa que diga ou faça, Luxemburgo tende a ser o para-raios rubro-negro, pra variar.
Sem muita grife, ainda provando que pode ser um dos tops, Tite é o alvo preferido e mais vulnerável dos alvi-negros. Qualquer clube olharia torto pra ambos neste momento. O que olhar diferente, talvez, faça a diferença que mereça o título.
Tite tentou fazer o que todos queriam e colocar Alex no time. Não funcionou.
Voltou. Não funcionou de novo.
Perdeu peças, o time desandou. Colocou o que tinha e, entre um erro ou outro, viu a queda brutal de rendimento coletivo e individual do líder do campeonato.
Ainda líder, é cobrado como se fosse um dos últimos.
Tite sofre com a fiel torcida, que é desconfiada e cobra o título como cobra uma obrigação.
Luxemburgo sofre com a imprensa, que toda oportunidade que tem joga nas costas dele todos os problemas do planeta terra.
Ele montou, sem defesa, um time competitivo.
Na principal competição, arrumou a defesa. Ela desfalca o time há rodadas e, novamente, o Flamengo sofre com os gols bobos.
Diferença brutal é que o ataque parou de resolver. E isso não se deve a uma mudança tática.
Se deve a queda absurda de rendimento de Leo Moura, Thiago Neves, entre alguns outros.
Se deve a falta de sorte com as contusões das únicas peças seguras de sua defesa: Alex Silva e Airton.
Se deve, também, a uma insistência com Deivid até outro dia justificável.
Hoje, não mais.
Deivid não poderia perder a posição pro mediocre Vanderlei.
Pode, talvez, pro esforçado Jael.
Num pacotão simples, Tite e Luxemburgo recebem cobrança de rebaixados quando na verdade fizeram, até aqui, junto com o Botafogo e o Vasco, as únicas campanhas que somam resultado a bom futebol.
São Paulo e Palmeiras enganam com seus resultados. Jogam abaixo, bem abaixo, de onde estão na tabela.
Cobrar do treinador é o natural. Jogar nas costas de quem pouco “inventou”, é burrice.
Tite e Luxemburgo fizeram ótimo trabalho e, sem maiores explicações táticas ou com posicionamentos improvisados, assistem a uma queda acentuada em alguns de seus jogadores.
O básico, mais fácil e menos sério é jogar nas costas deles.
O diferente será aquele que coloca o peso da queda em quem realmente caiu.
Luxemburgo não gritou menos. Nem mudou seus treinamentos. Tite não virou burro, nem faltou aos jogos do Corinthians.
Talvez seja uma ótima oportunidade de começarmos a mudar a mentalidade que tem criado mimados jogadores e deixado o futebol cada vez mais carente de craques de fato.
A queda é deles. A cobrança maior tem que ser neles.
Times de massa são cobrados por massas.
Massas não pensam.
Luxemburgo e Tite não são responsáveis por mudanças significativas em seus times que jusfiquem a queda brutal de rendimento de alguns jogadores.
Quando alguém aponta o céu, alguns olham a lua, outros olham o dedo.
Decida.
abs,
RicaPerrone