Petkovic foi iugoslavo, hoje é Sérvio. Foi baiano, hoje é carioca. Foi uma promessa européia e virou craque na América do Sul. Pet foi Vasco, Fluminense e hoje é Flamengo. Pet foi a China, foi ao mundo árabe e voltou pra casa. Pet foi, no Brasil, um brasileiro em meio a tantos gringos.
No Maracanã, Pet foi o único sujeito de vermelho e preto a ter momentos de Zico.
Pet, aos 37, dono de pizzaria, voltou pra acertar dívida e deu algo além do que devia: Um título que há muitos anos a nação sonhava.
Pet não coleciona muitos títulos importantes. Os números, no futebol, são como biquinis. Mostram tudo, menos o que interessa.
Pet dos golaços no Flu, da surpresa no Vitória. Pet do Vasco, Pet dos poucos jogos por seleção. Pet que não foi a Copa, pro azar da Copa.
Pet foi o sujeito que, no sábado, fez referência a seleção brasileira dizendo “nós”.
Pet ganhou mais do que títulos, ganhou respeito.
Pet foi ao Rio e rodou, rodou, rodou até confirmar que “uma vez Flamengo, Flamengo até morrer”.
Se há um torcedor neste país que não goste do Pet, não o leve a sério.
Se há alguém que “esperava mais” do Pet, é humorista.
E se há alguém que hoje, ao ver aquela linda festa da nação que o abraçou em definitivo, não se emocionou, procure ajuda médica.
Pet foi craque, foi ídolo, foi uma lição gringa a muitos que hoje preferem o futebol “brasileiro” de alguns brucutus.
Pet é o verdadeiro brasileiro com a bola nos pés.
Talvez por isso se sinta em casa. Talvez por isso o temos como um dos nossos.
Pet foi Vasco, Fluminense e Flamengo.
Pet será, pra sempre, rubro-negro. Mas, antes disso, o mais brasileiro de todos os gringos.
Foi um prazer vê-lo jogar.
abs,
RicaPerrone