É um complô?
Não, prometo que não sou um desses caras que acha que a mídia se reúne pra decidir quem vai manipular ou que clube vai colocar em crise desta vez. Não acredito em complôs.
Só os não organizados. Estes sim, funcionam.
Estádios modernos e bonitos para que os 12 maiores clubes do país joguem. Alguns como o Internacional sempre recheados de atrações, grandes nomes, topo da tabela, enfim.
E nada faz com que o torcedor volte ao estádio.
Aí surge aquele monte de teoria de quem não sobe numa arquibancada há 10 anos tentando entender o motivo.
Não é um motivo. Nem dois. São vários. Mas hoje, destaco o resultado de um verdadeiro complô contra os estádios de futebol brasileiros.
Você começa com o calendário, o enorme número de jogos inúteis e passa pela curiosa perda de talentos que tivemos em 2013, após anos melhorando e segurando a molecada.
De novo: Cuidado com a ejaculação precoce. Não significa que 2013 tenha sido o ano da retomada do fim do futebol brasileiro, e nem é tão simples assim entender o porque dessa debandada após tanta melhora.
Assunto pra outro post. E provavelmente sem resposta, pois se alguém a tivesse estava rico e não num blog criando teorias.
O ingresso de um mero Flamengo x Bahia custa, no mínimo, 60 reais. Se você tomar um refrigerante e comer um sanduiche, mais 15. Se estacionar o carro, mais 20. Você vai fazer um programa de 100 reais pra ir sozinho a um estádio ver um jogo fraco.
Se você pagar 60 reais assiste o campeonato todo na tv. Todos os jogos, em hd, com amigos, gastando o resto em cerveja e salgadinho, sem precisar se locomover e ainda com a chance de dividir o custo entre colegas.
Ou, talvez, num bar do lado de casa onde sequer você paga pra ver o jogo.
Ainda assim, quando apelativo pelo interesse, a tv resolve transmitir o jogo pra cidade do evento. Desleal.
A nova geração já foi afastada dos estádios por violencia. Não tem o mesmo hábito que tinhamos, e não sente falta de estar presente podendo ver em hd.
Eles “vibram” com Arsenal, Wigan, essas coisas que passam na tv deles. Que diferença faz?
Faria, no estádio. Não vai fazer, pois estão os incentivando a ficar em casa. E então, é óbvio, tv por tv, o molequinho vai ver Cristiano Ronaldo e não Carlos Eduardo.
O PPV é muito barato. Calma, não me odeie. Eu adoro que seja, mas… é!
Ele não pode custar o preço de um ingresso por mes pra te dar todos os jogos do campeonato no sofá.
Ou pode.
Desde que o ingresso de arquibancada custe 10 ou 20 reais.
Gênios do futebol moderno querem apaixonar e aproximar torcedor pela tv. Provavelmente todos eles cresceram em condominio e viraram torcedores na cativa. Não tem idéia do que estão fazendo, com quem estão lidando e do tamanho do reflexo que isso terá amanhã.
Concorrência desleal. Quase um complô.
Te dou um transporte ruim, um jogo a noite, sem segurança no caminho, um time fraco, um campeonato pouco interessante e que se arrasta por 8 meses, e cobro de ti mais do que cobraria por 1 mes de futebol na sua tv todos os dias, ao vivo, em hd.
Qual sentido dessa merda?
Que a tv pague 100 milhões por ano a um clube e queira resultado, entendo. Que o resultado seja menos gente apaixonada, mais garotinhos achando que futebol é torcer pra um time na tv e estádios vazios sem ambiente pra um grande jogo, não.
Porque transmitir o clássico Fla x Bota pro Rio? Porque Gremio x Corinthians pra São Paulo?
Dá ibope. Eu sei. Mas… é isso? É um Fifa Soccer sem controle?
É pra ver ou participar? Pergunta pra 100 torcedores apaixonados se eles são assim porque assistem ou porque se sentem parte daquilo.
E aí, talvez, tenhamos a resposta do porque está dando errado.
abs,
RicaPerrone