Entre a lenda e o homem
Nada muda o tamanho de Renato na história do Grêmio. Sua decisão de renovar ou não no Grêmio não deve ser só financeira. Ali há mais do que uma escolha por salários, e qualquer final dessa negociação deve ser respeitado.
Imagine você que o herói do clube volta lá com 15 anos sem títulos e lhes devolve a América. Imagine agora se ele sai e é ovacionado num aeroporto em Porto Alegre pela sua gente. E então a história acaba ali, com Renato virando uma lenda sem igual.
Ou ele renova. Corre o risco de ser bi, quem sabe? Mas corre também o risco de ter crise, vaias, demissão, aquelas coisas que todo ser humano no cargo sofre. Mas que como “lenda” ele não sofreria mais.
O que quer Renato? Ser Portaluppi, do Grêmio, apto a ser vaiado e exaltado, ou ser a lenda maior do clube sem espaço para o lado ruim?
É perto da filha, que claramente é sua paixão, no Rio de Janeiro, que é “seu lugar” que ele quer ficar ou no aeroporto toda semana em busca de uma praia? Renato não é gaúcho. Só nasceu no sul. As suas escolhas sempre foram de muita personalidade, inclusive as de nem trabalhar quando não está afim de mudar de cidade mesmo com boas ofertas.
Não tem nessa discussão um valor na mesa e nada mais. Tem muito mais do que isso. E acho que seja qual for a decisão do Renato, ele deve se apresentar no Grêmio ou se despedir no aeroporto sob aplausos de muita gente.
Ah! Se eu fosse o Renato? Sairia. O que ele acaba de fazer no Grêmio nem Pelé no Santos, nem Zico no Flamengo. Renato se tornou o maior ídolo de um clube no país.
Santo não reza missa domingo. Quem faz isso é padre, até o Papa. Mas santo não.
Renato virou santo no Grêmio. Sua saída agora seria apoteótica. E por mais que o gremista odeie pensar nisso, ele sabe que tenho razão.
Abs,
RicaPerrone