Erros e erros
Você pode me dar um lateral invertido e resultar num gol. Pode amarelar minha zaga e, num lance onde meu beque se nega a ir mais forte, tomarmos o gol.
Pode dar um pênalti, não dar. Pode expulsar ou deixar de expulsar. O futebol é polêmico e tem “dia seguinte” exatamente por ser interpretativo. O único erro que o arbitro não pode cometer é, aos 43 do segundo tempo dar um gol legítimo e voltar atrás.
Esse tem outro peso.
É como um jogador que perde um pênalti aos 43 do segundo tempo num emocionante 0x0. Nada do que aconteceu antes disso tem valor. Agora é o penalti perdido e só.
Fluminense e Galo fizeram um bom jogo, cheio de alternativas e bons lances. Alguns discutíveis, alguns meros “chororos”. Tudo que poderia envolver a discussão sobre a partida foi jogado no lixo aos 43 minutos quando o arbitro tirou 2 pontos do Flu e deu um pro Galo.
Imediatamente a afirmação revolta o torcedor do Atlético, mas é só ter um razoável poder de interpretação e rapidamente alivia, respira e note: Ninguém diz que O GALO ROUBOU O FLU. Dizemos que o arbitro errou e prejudicou o Flu. Portanto, caro bom entendedor, o Atlético não tem nada com isso.
Claro que para os idealizadores do “Complô do eixo” é um erro entre mil contra o Galo. Mas na real deve ser o milésimo também a favor, é que na verdade todo torcedor só nota e guarda os erros contra seu time.
O erro está la. É claro e indiscutível. Assim como é fato que aos 43, um gol validado e que foi anulado na sequencia tem um peso maior do que qualquer reclamação de “possível erro” durante a partida que equilibre a conta.
Um gol aos 43 no líder do campeonato mudaria não só o jogo, mas o que vem pela frente. O Flu se aproximaria, a moral ia lá em cima e causaria também um leve questionamento no líder, que seriam enfim derrotado.
Tudo isso é culpa do arbitro? Não, é claro que não.
Mas será.
Existem erros e erros. Os que se comete e depois esquece e aqueles que serão guardados para discussões futuras.
Na manga, o argumento desta tarde. Se faltar 2 pontos, se por 1 o Galo for campeão, eternamente será dito: “Lembra o gol anulado?”.
É o pênalti em Tinga em 2005, que não decidiu, mas simbolizou.
Até pra errar tem que saber a hora. Aos 43, juizão, nem tente se explicar.
abs,
RicaPerrone