O eterno poder de complicar
Todo ano vários brasileiros enfrentam jogos de mata-mata contra times sulamericanos, especialmente os argentinos. Custo a entender o que faz destes jogos tão parecidos.
Na verdade se eu te falar num jogo entre Vasco x Lanus, lá, tendo sido 2×1 aqui, você sabe o que pensar.
O Lanus no ataque, cruzando bola de todo lado, os brasileiros atrás, dando bico pra cima e devolvendo a bola de graça. A torcida deles cantando umas musicas meio irritantes, o juiz dando falta só pra eles e aquelas bolas se multiplicando na cara do seu goleiro.
Cada contra-ataque é aquele Deus nos acuda. Você levanta do sofa, jura estar vendo 3 contra 3, é só ter calma e lá vai a anta do seu atacante chutar do meio da rua ou tentar um passe de 3 dedos que nunca daria certo.
E tome bola pra eles, e tome pressão, e tome sufoco de um time que, normalmente, não tem a menor condição técnica de encarar um dos nossos.
Mas é essa a graça, não fosse a dose de burrice histórica e cultural da coisa.
Porque diabos jogador brasileiro reage tão mal a essa situação tão comum? Você, eu e qualquer zé mané sabemos que o time dos caras vai fazer pressão, chuveirinho e empurrar você para sua área. 99,8% dos gols de times argentinos contra brasileiros são feitos num momento de abafa na grande área.
Porque permitimos? Porque nos livramos da bola devolvendo para o adversário tão rapidamente? Porque ao invés de tirar um atacante e meter mais um zagueiro puxando ainda mais os caras pra dentro não começamos a meter um ponta aberto que mate o jogo no primeiro contra-ataque a nosso favor?
Porque é assim? Porque sempre assim?
Será tão difícil perceber que entramos toda semana no joguinho deles e não conseguimos sair por mera falta de paciencia e inteligencia?
Quantos dos nossos serão eliminados ainda para aprendermos que, no chão, com calma, a vantagem é nossa?
E se um dia notarmos, será que eu estarei aqui falando da “incrível Libertadores” ou vamos transformar esse eterno drama num passeio?
Quer saber? Deixa assim.
Sofrido é mais gostoso. Sem drama não tem história pra ser contada e sem história o futebol não tem sentido.
abs,
RicaPerrone