Palmeiras e São Paulo convivem com seus exageros há algum tempo. As vezes pro bem, ora pro mal, mas os dois clubes tem em seu território algumas semelhanças.
Do conceito de genialidade precoce dada a um treinador aos ídolos fanfarrões, do qual o Palmeiras já se desfez, diga-se. Da idéia de que os “mitos” do gol não devem parar até que sejam devidamente contestados para isso. De diretorias recentes catastróficas mas com uma carinha de séria impressionante.
Palmeiras e São Paulo se parecem nos últimos anos.
Em campo, hoje, não mais. O Palmeiras lembra muito o SPFC tricampeão que pouco jogava mas muitos pontos fazia. O São Paulo de hoje é um time ousado, que privilegia o risco e por isso talvez não faça todos os pontos “previsíveis” que poderia fazer.
Tanto faz. Em mais um jogo confuso no Morumbi o São Paulo foi melhor, mereceu o gol e não é possível dizer que não mereceu o empate que sofreu. Afinal de contas, o erro se repetiu pelos mesmos pés, contra o mesmo time, sob o mesmo ar arrogante de quem não pode ser “mortal”.
Rogério Ceni decidiu o clássico e, aos 42 anos, quando espera-se que a maturidade já tenha conflitado com a soberba, nota-se que sua não aposentadoria está bem fundamentada se for esperar por isso.
“Demos azar”, disse o goleiro.
É realmente constrangedor porque é tão simples sair dali, pedir desculpas, dizer que errou, que faz parte e descer pro vestiário que fica complicado entender porque Rogério Ceni reage tão mal ao fato de ser humano.
Mas, enfim. O Palmeiras que muito cruza e pouco toca a bola conseguiu se manter no G4 num dia que jogou mal. Outro dia fez 4×1 no Maracanã e também jogava mal.
Ficamos naquela dúvida terrível: Vence porque joga mal ou joga mal e vence porque é tão bom que quando jogar bem goleia?
Hoje, mal de novo, teve tantas chances claras de gol quanto o São Paulo, que jogou bem mais. É a diferença entre o que gostamos e o que funciona. Não precisamos comprovar que não funciona para não gostarmos. Nem que funciona para adorarmos.
Eu não gosto do futebol que joga o Palmeiras. E tenho credencial pra isso a partir do momento que achei tosco o futebol do SPFC tricampeão brasileiro do Muricy.
Mas nunca discuti o quanto funcionava.
abs,
RicaPerrone