Exército sem armas
O roteiro é de cinema, mas nem sempre a vida ignora o óbvio para nos dar uma linda história de superação. A maioria das pessoas que estão perto da morte, morrem. Os raros casos que a evitam viram histórias incríveis.
O Botafogo tenta escrever uma história incrível. Seus homens lutam com toda a dignidade do primeiro ao último minuto tentando evitar a queda. Mas é um exército sem suporte algum.
Não tem armas, apoio, condições, sequer o mínimo combinado para o cumprimento de suas tarefas.
Estes sim, hoje, podem dizer que fazem “por amor à pátria”.
A guerra tende a ser perdida. E com todos os motivos que justifiquem a derrota, fico realmente comovido de ver o tamanho da luta dos comandados, pagando sozinhos pelos erros dos comandantes.
Se com todos os soldados é quase impossível, com um a menos é batalha perdida.
Não, eu não acredito que o Botafogo consiga escapar esse ano. Mas o meu senso de justiça é conflitante e ao mesmo tempo que entende ser merecido o rebaixamento pelas enormes “cagadas” administrativas na temporada, também pondera o esforço desse time que nem é “pago pra isso”.
Ainda dá. Cada vez menos, mas ainda dá. E honestamente, se fosse Botafoguense, seja qual for o final dessa história, faria questão de agradecê-los indo ao Maracanã mostrar que não é “por ninguém” essa luta.
Mas sim por um monte de gente que, tal qual o próprio clube, as vezes desiste antes do fim.
Ainda não acabou.
abs,
RicaPerrone