Fé
Me comove, é sério. Toda vez que vejo um torcedor esperando que Kléber desequilibre numa final, que Luis Fabiano faça 2 gols num jogo decisivo ou que Joel Santana monte uma equipe me comove.
A fé do torcedor é bonita de se ver. E entendo, afinal, o futebol permite “milagres”.
Hoje o Cruzeiro tenta o milagre do ano, daqueles que se repete com fracasso todo ano.
Roth faz do time uma máquina de vencer os primeiros jogos. De forma covarde, mas competente.
O time para de jogar, recua, se defende como um nanico e acha gols nos contra-ataques. Toda vez, no entanto, dura 10 partidas.
Na sequencia natural Roth começará a ser cobrado porque não tem torcedor no mundo que suporte ver seu time 90 minutos assistindo o jogo esperando uma bola pra resolver.
Futebol é resultado, mas só pra quem não gosta de futebol. Quem de fato tem algum sentimento real pelo esporte acima do clube, não é bem assim.
Roth é um fracasso constante, um “enredo adaptado”. Todo ano ele assume, ganha 10 jogos, começa a perder e se perde por completo na sua teimosia defensiva.
A torcida então vaia, pede sua saida e ele sai.
Em 35 minutos sem chutar no gol, todos racionalmente estavam putos. Com o gol, virou tolerável. Com a vitória, quase genial.
Quem contrata Roth sabe o que quer e o que terá de volta. Não se faça de desentendido.
É técnico pra 10 jogos, no máximo.
O Cruzeiro jogou como Olaria, mas com talentos individuais de Cruzeiro. Matou o Vasco e é líder.
Enganador, pois não joga nada, faz o básico do básico e conquista 3 pontos.
Tem vida curta. Uma hora vão esperar o Cruzeiro. Quando isso acontecer, acaba.
A fé do torcedor não permite ver nada disso num momento de vitória. Por isso o cruzeirense dorme hoje pensando: “E se dessa vez….”?
Não. Não é provável. Sequer muito possível.
Mas a fé move o torcedor. Roth só funcionará quando, ao tentar fazer de um gigante um time pequeno em campo, receber um “não” da torcida mesmo ganhando.
Isso não acontecerá. Torcedor não enxerga, só torce.
E Roth segue enganando num Cruzeiro que, mesmo limitado, poderia ser tão líder quanto é hoje, mas jogando um futebol de Cruzeiro.
Fato que não será notado agora, afinal, está ganhando.
E o Oscar vai para… Celso Roth! Melhor roteiro adaptado. Sempre igual, só muda o time.
Uma pena. O Cruzeiro merece mais.
abs,
RicaPerrone