Seleção Brasileira

Fiquem com o troco

Tolos, engolindo “qualquer coisa”, acreditando em papai noel e aplaudindo um time “enganador”, lá estavam eles.  Milhares de nordestinos mais simples do que nós, paulistas, mas pagando tão caro quanto pelo ingresso.

Diferenças sociais? Evidentes. Dizer que não é medo de ser mau interpretado. Eu não tenho, sei que escrevo pra uma minoria entender, mas ela entende.

Simples, aceitando a condição de “normal”, lá estavam eles para apoiar e aplaudir. Se não gostassem, vaiariam, mas voltariam pra casa tristes, não rindo com ar de “eu sabia”.

O povo é simples. E quanto mais simples, menos imbecil.  Nos dias de hoje onde é um dever ter opinião e ser revoltado contra tudo e todos, aceitar a condição de torcedor “tolo”, daquele que aplaude, idolatra e vibra com um amistoso é quase pecado.

A simplicidade de ser “mais um” dias depois da necessidade de ser “diferenciado” ter recebido a seleção.

Vaiam, porque precisam mostrar que ‘não aceitam qualquer coisa’. Mas aplaudem seus clubes, verdadeiros culpados por 100% dos problemas da CBF, afinal, são os que votam.

Menos criticos, mas também com menos teorias imbecis e vazias, não totalmente manipulados pela mídia azeda, lá estavam nossos bons nordestinos, de novo, como em 93, aplaudindo pra receber uma grande vitória, não vaiando pra dizer que “já sabia”.

E assim, contra a fraca seleção da China, aquela que tomou de 1×0 apertadinho outro dia pro time titular da Espanha, nossos meninos fizeram 8×0.

Fácil, não é referencia. Óbvio que não.

Mas nem era pra ser. Era pra dar confiança, moral, aproximar dos bons torcedores. E funcionou.

Pedindo pouco, tiveram muito. Os que pediram tudo, não levaram nada.

Não precisa ajoelhar aos pés, basta andar do lado. Mas há quem ache que o melhor caminho para melhorar é virar as costas e, de canto de olho, observar as derrotas sorrindo.

O nordeste recebeu, abraçou e se colocou “ao lado”  do time.  Custou 80 reais, caríssimo.

Mas eles devolveram. Cada centavo, diga-se.

Aqui, longe do twitter onde os patrulheiros censuram a naturalidade, eles dizem que “nordestino é tonto, puro, acredita em qualquer coisa, faz festa pra qualquer merda”.

E é mesmo. Também acho.

Menos a parte do tonto, porque tonto é quem paga pra vaiar e sai de lá reclamando ter visto aquilo que jurava ter ido ver.

abs,
RicaPerrone

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo