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Literalmente, empate técnico

Flamengo e Corinthians duelavam por motivos radicalmente diferentes. Enquanto um foge da degola o outro sonha com o título brasileiro. Em campo, no entanto, isso parece só ter motivado um dos times.

Luxemburgo e Tite foram os grandes personagens do jogo, tendo travado uma guerra tática do primeiro ao último minuto. Um tentou vencer, enquanto o outro fez de tudo pra “não perder”. Não precisa ser gênio pra imaginar que empatou.

Quando a bola rolou, o Flamengo se mostrou ousado táticamente. 3 jogadores de frente e 2 volantes que apoiam. O Corinthians tinha 1 meia, 1 atacante fixo e outro aberto na esquerda. Era nítido que seria um jogo de contra-ataque pro Timão e de paciência pro Flamengo.

Mas, vamos com imagens pra facilitar.

Assim foi o primeiro tempo.


A formação rubro-negra praticamente anulava o ataque do Corinthians. Porém, também era facilmente anulado com o sistema de volantes do time paulista. Desta forma a bola ficou quase o tempo todo com o Flamengo, mas quem fez, num lance raro de ataque, foi o Corinthians.

Note que no desenho acima o Flamengo podia tocar, tocar, tocar que não acharia espaço pra criar uma jogada de gol. E assim aconteceu por 30 minutos, até sofrer o gol.

No intervalo se lia comentários de que o Corinthians fazia “grande partida”. Mentira. Ninguém que não tem a bola faz “grande partida”.

Quando voltam pro segundo tempo o Luxemburgo dá um nó no Tite. Abaixo:


A entrada do Marquinhos empurra o Juan pra frente, prende o Elias na marcação e literalmente acaba com a saida de bola do Corinthians. Só dá Flamengo, que se não consegue ser efetivo no seu ataque, mantém a bola nos pés e manda no jogo. O ataque alvi negro está absolutamente anulado pelos volantes rubro-negros.

Aí, com o jogo empatado e com o Flamengo desenhando o segundo gol, vem a terceira leva de mudanças. E com ela, o fim das tentativas.


Luxemburgo abre o time, coloca Val Baiano centralizado pra receber. Mas o Tite, morrendo de vontade de “não perder”, coloca Danilo e Paulinho. Fecha de vez o meio e ainda abre espaço pro Elias e pro Jucilei sairem mais pro jogo.

Não deu certo na frente, pois os volantes/meias do Timão teriam que carregar a bola sozinhos até a área se quisessem resolver algo. Mas atrás, fechou bem as investidas do Marquinhos.

O jogo ficou preso e os últimos 20 minutos foram de ritmo bem mais cauteloso.

O Flamengo tentou vencer contra um time que não permitiu. Se foi ao Rio buscar “não perder”, conseguiu. Se quiser ser campeão apenas “não perdendo”, não conseguirá.

O Corinthians hoje foi muito mal, ao contrário do que o 1×0 insinuava no primeiro tempo.

Mesmo ainda longe do ideal, principalmente por problemas técnicos de alguns jogadores longe do seu nível normal, o Flamengo cresce  e já tem um padrão diferente do que tinha com Silas e Rogério.

No jogo de xadrez do Engenhão, não houve xeque-mate.

abs,
RicaPerrone

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