Flamengo, Flamengo!
Eu sinto saudades do Flamengo. Entendo a nova era, admiro, mas sinto falta daquele clube de onde ninguém sabia o que esperar.
Sinto falta do time que quando não podia, fazia. Manteve-se um pouco do que quando tudo tem, nem sempre consegue. Mas a primeira parte era a mais gostosa de acompanhar.
Aquele Flamengo que você podia dizer tudo a ele menos que ele era incapaz de algo. Aquele Flamengo que ignorava as adversidades para buscar um resultado improvável e que fazia do Maracanã um cartão postal do país.
Sabe porque o Flamengo está nessa final e com favoritismo? Porque ele ficou como desafiante. O DNA rubro-negro está na superação, na luta, no momento em que alguém diz pra ele que o outro é melhor.
A construção básica de um resultado parece afrontar o clube. Em 2019 passou aquele cometa e ainda que tenha sido “o normal” vencer com aquele time, foi especial pela forma que conquistou.
O Flamengo não segue roteiros. E toda vez que alguém ousa escreve-lo sem coloca-lo como protagonista ele costuma se colocar ali sozinho.
É claro que esse time é capaz, mas não se apresentava dessa forma. Claro que das mil soluções de treinadores caros e gringos a “solução” estaria em casa. Isso é Flamengo.
Os desfalques? Talvez sejam parte do show. A adversidade fomenta o Flamengo e não ter a obrigação de vencer parece deixa-lo mais confortável.
Por vocação o Flamengo é um clube que reverte o prognóstico, não necessariamente o que confirma a teoria. E hoje, semanas atrás, a teoria era de que o Fla estava mal, trocando treinador, perdendo peças e remendando um ano “perdido”.
Ele pode perder domingo? Mas é claro! Porque também é muito Flamengo perder quando está perto da taça. Até porque seu adversário domingo tem no seu DNA a vitória improvável também.
Mas que esse título, se vier, será uma conquista “retrô” a là Flamengo, é inegável.
Rica Perrone