Flamengo: Uma igreja no inferno
Ninguém abre uma casa de chá em Las Vegas. Em Londres não tem samba. E no Rio de Janeiro não é muito apelativa a “campanha do agasalho”. Lei seca na porta de culto não arrecada nada, mas na saída da Olegário Maciel, dá muito certo.
Não existe uma fórmula infalível pra nada. Tudo funciona ou não dependendo de onde, com quem e quando.
O Flamengo jamais será uma Igreja. E se for, quando for, não será mais Flamengo.
O Flamengo não pode votar contra o mata-mata.
O Flamengo não pode ser o time menos polêmico do Brasil no dia a dia.
O Flamengo não pode jogar pra ricos apenas.
O Flamengo não pode ter um time de coroinhas.
O Flamengo precisa de algo inexplicável pra funcionar. E quando se faz tudo pra que ele funciona, é óbvio que, para ser inexplicável, ele não funcionará.
A diretoria do Flamengo é sim a melhor da história do clube e todos os títulos que o clube conquistar nos próximos 100 anos deverá uma parte a ela.
O que não significa ser uma ótima gestora de Flamengo.
De finanças, sem dúvidas. De Flamengo, tenho muitas.
A diretoria do time mais popular do país elogia a torcida que pôde ir num treino de graça. E diz em seguida: “mas nada vai mudar quanto aos preços”.
Ou seja. “Alô moleque que foi ontem lá e se emocionou, está pedindo pra virar meu eterno cliente! Tu não me interessa. Você é pobre!”.
E no mesmo dia grita que é grande porque tem 40 milhões, onde inclui os 35 milhões de pobres.
Não procurem mais o treinador vilão, o jogador enganador, nada disso. Note, é simples: o time do Flamengo é um departamento de uma empresa organizada.
Ele entrega o mínimo necessário, ninguém falta, batem cartão, não reclamam e vão pra casa. Quem vai ser demitido por falta de “algo mais”?
O Adriano teria saído do campo falando palavrão, o Pet teria mandado o Diego pra aquele lugar no meio do jogo, o Zé Roberto teria sido expulso e o Flamengo teria tomado o segundo e perdido.
Mas seria muito mais Flamengo do que empatar esse.
abs,
RicaPerrone