Flu e Cruzeiro usam mesmo método, mas só um tem time pra isso
Outro dia postei aqui que entendia o que Fluminense e Cruzeiro estavam fazendo quando deram ao seu elenco sem salário em dia o poder de escolha do treinador.
Quebrariam a hierarquia mas tentariam compensar jogando nos ombros do time o não rebaixamento. Faz sentido. É uma daquelas coisas que a faculdade não ensina, jornalista nem imagina, mas que no futebol é lição número um.
Só que o Cruzeiro tem um grande time. O Fluminense, não.
O Cruzeiro tem jogadores decisivos. O Fluminense, não.
O Cruzeiro tem Fred, Thiago Neves, Dedé no comando. O Fluminense tem o ex-reserva de um time de série B da França.
Os poderes foram distribuídos de forma errada, mas numa tentativa “malandra” de acertar. Só que você tem que saber nas costas de quem joga a responsabilidade.
Não é pela vitória contra o Corinthians ou a derrota do Flu pro Flamengo. Mas o Cruzeiro corre pelo treinador que escolheu. O Ganso anda pelo clube que herdou com o aval da torcida.
Repito que não acho um erro a idéia de dar ao grupo a responsabilidade. Mas no caso do Fluminense foi dada ao Ganso, não ao grupo. A um jogador desinteressado, desrespeitoso, de péssimos resultados e desacostumado com o protagonismo.
E não foi dado pela direção apenas. Foi dado pela torcida, que o abraçou como um ídolo por ter quebrado a hierarquia do clube. Compreensível, torcedor é doente e cego. Num momento de revolta vale tudo. Mas as consequências existem e são maiores do que 10 minutos de euforia.
Assisti aos dois times neste final de semana. Fred, Thiago, Dedé e cia querem ajudar o Abel a sair da zona de rebaixamento.
O Ganso quer café na cama enquanto o Muriel se fode pra segurar o time fora da zona de rebaixamento.
O Fluminense 2016/17/18/19 é um festival de erros em sequência onde um tenta corrigir o anterior e cria um novo. Até que a camisa não faça mais do peso o suficiente.
RicaPerrone