Fluminense, 114 anos
Antes de escrever sobre o aniversário do Fluminense, me perguntei o que era o Fluminense? E ao tentar chegar numa definição, notei que me refiro a um clube que é história, pioneirismo, patriotismo, elite, povo, sofrimento, humilhação, glórias, superação e fidalguia.
Que me referiria a um clube centenário que foi à série C, voltou, e a América por pouco não conquistou.
Roubado, ajudado, ora invejado, ora “safado”. O Fluminense é único porque não quer ser de todos.
Enquanto alguns comemoram ser “todos menos alguns”, o Tricolor se satisfaz e se coloca sendo o clube de “alguns”. Não é pra todos.
Nesta mesma data, aniversariante, quando completava seus pré-adolescentes 12 anos, o Fluminense emprestou seu estádio para o primeiro jogo da história da nossa seleção. E mais do que ser o palco inicial da mais vencedora e poderosa história do futebol mundial em todos os tempos, o primeiro gol foi de um Tricolor. Oswaldo Gomes.
“Somos a história”, eles adoram dizer.
Sim, pra caralho. Fizeram o estadual, abriram o primeiro estadual. Venceram o jogo, o campeonato, os quatro seguintes. Ao contar a história do futebol brasileiro, ou fala do Fluminense, ou minta.
Pode-se dizer que o Tricolor ajudou a parir o próprio rival. E então, numa relação paternal eternamente mal resolvida, discutem até hoje em campo naquilo que chamo de “maior clássico do mundo”. E quase sempre, quando decisivo é, “papai” leva a melhor.
Torcedor do Fluminense tem dinheiro. Não passa fome, nem anda de camisa velha pirata. São a elite, o filé do Rio de Janeiro. Não podem gozar de ter uma torcida nacional. É pequeno, é local, quase exclusivo. E o curioso é que vivemos num país onde não ser o “fodido” é quase crime.
Talvez por isso seja atribuido ao Flu crimes que ele não cometeu. Apenas se beneficiou deles. Ou será que há um benefício real em carregar rótulos que não lhe cabem por delitos cometidos por terceiros?
E hoje o futebol brasileiro sorri, olha para trás e agradece. Não fosse o Fluminense, não sei como seria. Sei como foi. E foi através dele que tudo isso começou a acontecer.
Se temos 5 estrelas no peito, o Fluminense ajudou a borda-las. E se o Flu ostenta 4 estrelas douradas, é porque as mereceu e conquistou.
Talvez você não goste do Fluminense. Talvez tenha até raiva. Pode ser que a mídia tenha conseguido fazer em seu cérebro a lavagem cerebral que te faz enxerga-lo como um canalha.
Talvez você não saiba a verdade.
Sou novo, não vi o Fluminense fazer a maior parte dessa história que contei aqui. O que vi foram 3 Brasileiros, 1 Copa do Brasil, uma Libertadores épica, algumas quedas, a adoção de um Papa, a formação de um ídolo, a reviravolta das arquibancadas, os mosaicos históricos e as frustrações dolorosas de ter ido ao fundo do poço.
Dizem que “time grande não cai”. Eu lhes digo que cair, todos caem. Ir ao fundo do poço, ser decretado como morto e voltar gigante, conheço poucos. Um faz aniversário hoje.
“Vence o fluminense,
Usando a fidalguia.
Branco é paz e harmonia.
Brilha com o sol da manhã,
Qual luz de um refletor.
Salve o tricolor!!!”
abs,
RicaPerrone