Carnaval

Gente feliz

A Marques de Sapucaí é a maior centralizadora de felicidade que já vi na vida. Ali, do que empurra o carro ao que pagou algo pra sentar no molhado, todos sorriem e se divertem. Lá estive, como faço desde 97, e como sempre volto encantando.

Não foi o melhor desfile que já vi. Pelo contrário, dos recentes, o mais fraco deles. Teve fogo, teve chuva, e teve Tijuca. Estes 3 fatores mudaram o carnaval 2011.

Esqueça o que você viu na TV. Ela mostra, mesmo querendo acertar, no máximo 30% do desfile. Tem cameras, tem zoom, tem o diabo! Mas não tem como passar a emoção que uma escola leva pra avenida.

Na tela a Mangueira fez um desfile épico. Lá, na segunda, os presentes se perguntavam: “Como elogiaram tanto a Mangueira?”.

Na TV a Tijuca foi apenas “surpreendente”. Lá, foi o fim do desfile.

O fogo destroi, a escola conserta. O que faz Paulo Barros não tem conserto. Ele acaba com o desfile de carnaval no momento em que cruza a avenida.

Não porque as outras não são lindas e ótimas. Mas ele tira toda e qualquer sensação de surpresa das próximas escolas. Simplesmente porque NADA será mais espetacular do que o que acabamos de ver.

Paulo Barros é o balde de água fria no restante do carnaval e também o momento de maior entusiasmo dele.

Seu carnaval é questionado pelos chatos. Aqueles que um dia disseram que a Beija Flor fazia carros altos e não era carnaval. Aqueles que um dia acharam feio a paradinha. Ou aqueles que consideraram funk na avenida um desvio de conduta.

Talvez os mesmos que questionaram os desfiles chatos e técnicos da Imperatriz, mas que hoje repetem.

O novo causa dicussão. Assim como mantém o interesse.

Tijuca, pra quem lá esteve, foi novamemte a protagonista do carnaval.

Pros jurados talvez não. Mas quem se importa?

Que jurado pode ter maior relevancia do que o povo gritando “é campeão” mesmo usando camisas de outras escolas?

Na Sapucaí, lugar de gente feliz, brilham algumas, só uma leva.

Campeão mesmo é o povo, que passa aperto pra entrar, chegar, sair e passar a noite ali. Mas sorri, e muito.

Aquilo ainda é a maior demonstração de arte que conheço. E o maior cartão postal deste país, ao lado do futebol.

Falo mais após a apuração.

Quem sabe, né minha Mocidade?

abs,
RicaPerrone

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